"Não tinha poder de canetaço", afirma ex-secretária adjunta da Smed em CPI da Educação
Comissão da Câmara de Porto Alegre investiga irregularidades na aquisição de materiais pela secretaria de Educação
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Em mais uma oitiva das CPIs da Educação da Câmara de Porto Alegre, a ex-secretária adjunta da secretaria de Educação da Capital, Claudia Pinheiro, confirmou sua participação nas aquisições de materiais pela pasta – motivo de investigação da comissão – mas disse que "não tinha poder de canetaço" para decidir o que seria ou não comprado. A competência final, portanto, ficaria sob responsabilidade da ex-secretária Sônia da Rosa, que comandava a Smed à época. "Quem bate o martelo é sempre a secretária", afirmou.
Claudia chefiava o núcleo pedagógico da pasta, grupo que passou a ser responsável pela compra e implementação de programas, e fazia assinatura de muitas das aquisições envolvendo as empresas Inca Tecnologia e Mindlab. No entanto, quando questionada sobre as possíveis irregularidades nas compras, apontadas pelo ex-secretário adjunto, Mario de Lima, e demonstradas na auditoria realizada pela prefeitura, a ex-secretária afirmou que existe a possibilidade, mas não reconheceu o envolvimento. Ela afirmou, inclusive, não recordar-se de ter assinado o recebimento, no dia 30 de dezembro de 2022, um sábado, de parte dos mais de 500 mil livros adquiridos pela prefeitura e que hoje são motivos de investigação.
Questionada sobre a ausência de estudos preliminares que justificassem as compras, Claudia disse que eles existiram e comprovaram "maior vantajosidade (sic)" na escolha. Apesar disso, o documento não consta no processo final das aquisições.
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Requerimento de acesso negado e novas oitivas
Os vereadores da comissão aprovaram ainda a convocação de novos depoimentos de servidoras envolvidas nas compras. Também rejeitaram, por maioria, o requerimento da vereadora Mari Pimentel (Novo), que preside uma das CPIs, que solicitava o acesso ao documento completo da auditoria realizada na Smed pela prefeitura, bem como os depoimentos que embasaram o documento. A quebra de sigilo telefônico da ex-servidora Mabel Vieira não foi para a votação.