Política

Patrocinio

Assembleia vota participação do RS em consórcio das regiões Sul e Sudeste

Legislativos dos setes estados que integram o bloco precisam aprovar protocolo de intenções para formalizar autarquia

Último encontro dos governadores dos sete estados ocorreu em junho, em MG.
Último encontro dos governadores dos sete estados ocorreu em junho, em MG. Foto por: Gil Leonardi / Imprensa MG / CP

A Assembleia Legislativa do RS deve votar na próxima terça-feira se ratifica o protocolo de intenções para a formalização do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) como autarquia, com cargos comissionados com salário de até R$ 19,5 mil. O projeto de lei, encaminhado pelo executivo, é um dos que tranca a pauta desde ontem. Conforme o protocolo, o objetivo do Cosud é “promover a integração dos entes consorciados e a consecução de interesses comuns, valendo-se para tal, de todos os meios e instrumentos em direito autorizados”.

Há a necessidade que todos os estados que integram esse bloco aprovem o protocolo na forma de lei em seus respectivos parlamentos. Na última terça-feira, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o texto por 53 votos a 15. No Paraná e no Espírito Santo os legislativos estaduais já haviam chancelado os projetos de lei, restando, além do Estado, as aprovações em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Conforme o documento, anexado ao projeto de lei, serão criados dez cargos comissionados vinculados ao Cosud, um de secretário-executivo, com salário de 19,5 mil e nove de assessor, com vencimentos de R$ 15,5 mil, sendo o primeiro com dedicação exclusiva e os demais podendo ser cedidos do quadro de servidores dos sete estados que compõem o consórcio. O protocolo diz que os recursos e o patrimônio do consórcio “serão oriundos da transferência dos entes consorciados mediante contrato de rateio”.

Veja Também

Na última semana, a deputada Laura Sito (PT), integrante da bancada de oposição, disse ao ocupar a tribuna da ALRS que o consórcio tem potencialidade de desenvolvimento econômico, mas que é necessário compreender melhor o papel do Estado e suas limitações. Ela criticou o fato de a matéria ter sido encaminhada ao Legislativo em regime de urgência.

“Nós somos o estado que mais tem perdido em número de população, nós somos o estado que tem a maior renda per capita, somo o Estado que tem a região Metropolitana mais pobre da Região Sul, que tem a maior desigualdade entre negros e brancos”, mencionou a parlamentar, destacando que o consórcio pode proporcionar uma forma de equalizar estas desigualdades. No entanto, para isso, pediu que se aprofundasse o debate.

A celeridade nos parlamentos estaduais, no entanto, pode estar relacionada com a data prevista pelos governadores para a oficialização do Cosud como autarquia. A próxima edição do encontro dos chefes de Executivo do bloco será em São Paulo, entre 19 e 21 de outubro, quando o Cosud deverá ter sua constituição oficial.

Ideia gerou polêmica

Embora, atualmente já exista um consórcio de integração Sul e Sudeste, criado em 2019, sua formalização como ente público, por meio do estatuto constante no protocolo de intenções, deu-se em encontro em junho.

Em agosto, uma entrevista do governador de MG, Romeu Zema (Novo), gerou polêmica com governadores do Norte e Nordeste. Ele disse que há um descaso público com o Sul e Sudeste, com uma discrepância entre o que arrecadação aos cofres da União e o retorno em investimentos públicos.

À época, o governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), defendeu Zema, afirmando que o grupo não buscava colocar “Estado contra Estado, ou região contra região” e que a união de nortistas e nordestinos em blocos serviu de inspiração.