Em manobra do governo, Robaina deixa relatoria da CPI da Educação

Em manobra do governo, Robaina deixa relatoria da CPI da Educação

Vereadores da base aprovaram na Mesa Diretora pedido de suspensão do relator. Comissão é comandada pela oposição

Flávia Simões*

Após discussões, sessão seguiu com apenas cinco vereadores

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Novamente a sessão da CPI da Educação na Câmara de Porto Alegre comandada pela oposição foi marcada por brigas e tumulto. Em uma manobra do governo, a Mesa Diretora aprovou uma decisão suspensiva para retirar o vereador Roberto Robaina (PSol) da relatoria da comissão, a decisão alegava que "nunca antes na Casa a relatoria havia sido eleita sem que ocorresse votação". Agora, a decisão suspensiva deverá ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, posteriormente, aprovada em plenário.

Sem relator, a presidente da CPI deu encaminhamento a sessão, o que acirrou os ânimos no plenário Otávio Rocha. Vereadores da base governista não reconheciam a existência a legalidade da sessão e exigiam que a presidente, Mari Pimentel (Novo), colocasse em votação o requerimento que solicitava a escolha do relator por meio de votação. Na recusa da presidente, parlamentares da base retiraram o quórum e deixaram o local.
 
A medida, entretanto, não foi suficiente para impedir que Mari encerrasse os trabalhos. Com cinco vereadores em plenário, seis requerimentos de convocação foram aprovados, com quatro votos favoráveis e um contrário, do vereador Mauro Pinheiro (PL). Único parlamentar da base em plenário, Pinheiro afirmava que as decisões ali feitas seriam anuladas, uma vez a sessão não respeitava as normas do regimento.

A bancada do Novo irá judicializar, ainda no início da tarde desta sexta-feira, um mandato de segurança para garantir as decisões de Mari enquanto presidente e assegurar a relatoria de Robaina. Enquanto isso, a base deverá se articular para anular a sessão desta segunda-feira. 

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Sessão é marcada por gritos e ofensas

O desenrolar da manhã se deu em tom bélico. Aos gritos e interpelações, vereadores de oposição e base discutiam sobre a legalidade da sessão. Na tentativa de desqualificar a comissão, vereadores da base a chamavam de "CPI da Educação número dois". Provocada, Mari pediu que se chamasse a CPI pelo seu devido nome. "Essa é a CPI da Educação. Porque visitar escolas é onde vocês não vão achar os problemas da educação. Não foram os professores ou diretores que compraram R$ 100 milhões, sem licitação, de empresários fantasmas. Quem fez isso está dentro do Paço Municipal". Em outro momento, Mauro Pinheiro acusou a presidente de "estar nervosa" e questionou se "ela precisava de um médico". 

O líder do governo, Idenir Cecchim (MDB), novamente protagonizou embates com a colega que preside a CPI. Ele disse que Mari estava "surda", por não ouvir aos seus pedidos de verificação de quórum. 

*Supervisão Mauren Xavier


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