Em manobra do governo, Robaina deixa relatoria da CPI da Educação
Vereadores da base aprovaram na Mesa Diretora pedido de suspensão do relator. Comissão é comandada pela oposição
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Novamente a sessão da CPI da Educação na Câmara de Porto Alegre comandada pela oposição foi marcada por brigas e tumulto. Em uma manobra do governo, a Mesa Diretora aprovou uma decisão suspensiva para retirar o vereador Roberto Robaina (PSol) da relatoria da comissão, a decisão alegava que "nunca antes na Casa a relatoria havia sido eleita sem que ocorresse votação". Agora, a decisão suspensiva deverá ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, posteriormente, aprovada em plenário.
Sem relator, a presidente da CPI deu encaminhamento a sessão, o que acirrou os ânimos no plenário Otávio Rocha. Vereadores da base governista não reconheciam a existência a legalidade da sessão e exigiam que a presidente, Mari Pimentel (Novo), colocasse em votação o requerimento que solicitava a escolha do relator por meio de votação. Na recusa da presidente, parlamentares da base retiraram o quórum e deixaram o local.
A medida, entretanto, não foi suficiente para impedir que Mari encerrasse os trabalhos. Com cinco vereadores em plenário, seis requerimentos de convocação foram aprovados, com quatro votos favoráveis e um contrário, do vereador Mauro Pinheiro (PL). Único parlamentar da base em plenário, Pinheiro afirmava que as decisões ali feitas seriam anuladas, uma vez a sessão não respeitava as normas do regimento.
A bancada do Novo irá judicializar, ainda no início da tarde desta sexta-feira, um mandato de segurança para garantir as decisões de Mari enquanto presidente e assegurar a relatoria de Robaina. Enquanto isso, a base deverá se articular para anular a sessão desta segunda-feira.
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Sessão é marcada por gritos e ofensas
O desenrolar da manhã se deu em tom bélico. Aos gritos e interpelações, vereadores de oposição e base discutiam sobre a legalidade da sessão. Na tentativa de desqualificar a comissão, vereadores da base a chamavam de "CPI da Educação número dois". Provocada, Mari pediu que se chamasse a CPI pelo seu devido nome. "Essa é a CPI da Educação. Porque visitar escolas é onde vocês não vão achar os problemas da educação. Não foram os professores ou diretores que compraram R$ 100 milhões, sem licitação, de empresários fantasmas. Quem fez isso está dentro do Paço Municipal". Em outro momento, Mauro Pinheiro acusou a presidente de "estar nervosa" e questionou se "ela precisava de um médico".
O líder do governo, Idenir Cecchim (MDB), novamente protagonizou embates com a colega que preside a CPI. Ele disse que Mari estava "surda", por não ouvir aos seus pedidos de verificação de quórum.
*Supervisão Mauren Xavier