CPI da Educação governista irá ouvir empresários envolvidos na compra de materiais

CPI da Educação governista irá ouvir empresários envolvidos na compra de materiais

Vereadores devem ainda, já na próxima sessão, visitar escolas de Porto Alegre

Correio do Povo

A presença de assessores no plenário foi motivo de discussão entre os vereadores

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A CPI da Educação comandada pelo governo na Câmara de Porto Alegre deverá ouvir os empresários Jailson Ferreira da Silva e Sergio Bento de Araújo, envolvidos nas compras de materiais pela Secretaria de Educação (Smed). A convocação de Jailson e Sérgio, proposta pelo vereador Aldacir Oliboni (PT), foi aprovada por unânimidade no colegiado, em sessão nesta quinta-feira. Os vereadores também aprovaram para a próxima sessão a realização de visitas, a serem feitas em conjunto, em escolas da Capital e em três depósitos onde foram encontrados os estoques de materiais não utilizados. 

Outros requerimentos também foram aprovados, entre eles aquele que prevê a disponibilização, pela Smed, das informações sobre os locais e a quantidade de material armazenado; além da entrega para análise pelos vereadores de materiais das empresas Inca Tecnologia e da Astral Científica adquiridos pela prefeitura. Autor do pedido, o vereador Alex Fraga (PSol) alega que o Ministério da Educação já disponibiliza os livros pedagógicos para os municípios redistribuírem às escolas, e, portanto, a aquisição de demais livros didáticos teria de ser justificada. "Se foram de ótima qualidade, ok", afirmou. 

Comandando a narrativa

Além desses, o requerimento da vereadora Tanise Sabino (PTB) para que sejam realizadas deligências em demais órgãos, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) e Tribunal de Justiça Militar (TJM-RS), sobre as formas de aquisição de itens também foi aprovado. O movimento surge como uma manobra do governo de justificar as compras feitas sem licitação. A ideia é demonstrar que demais instituições também realizam a compra de itens por meio da modalidade 'tomada de preço' e, desta forma, a prefeitura não teria feito compras de forma irregular. Na tribuna, a vereadora Comandante Nádia (PP) afirmou: "Nós já sabemos (que as compras foram feitas dentro da lei), mas nada melhor que a transparência."

A sessão, que durou cerca de 1h, ocorreu sem muitas turbulências – diferente do ocorrido na última segunda-feira. Com a presidência comandada por Idenir Cecchim (MDB) e a maioria dos integrantes, coube ao governo encaminhar a narrativa, ainda que aprovando os requerimentos realizados pela oposição. O final, no entanto, contou com bate-boca. 

Em uma das muitas "alfinetadas" proferidas pelos vereadores da base governista à outra CPI da Educação na Casa, essa comandada por Mari Pimentel (Novo), a vereadora Nádia elogiou a presidência de Cecchim e o fato de só um assessor ficar ao seu lado durante os trabalhos. Acontece que, na última sessão, a presença de assessores apoiando a presidente Mari foi motivo de incomodo entre os vereadores. 

Se sentido compelido a defender sua equipe, Tiago Albrech (Novo) afirmou que não havia nada no requerimento falando sobre o apoio que os vereadores podem receber. Relator da CPI, Mauro Pinheiro (PL) aproveitou o momento para "desabafar", afirmando que os assessores tem constrangido os vereadores. "Assessor tá aqui pra assessorar, não constranger", disse. Cecchim apoiou ao discurso do colega, alegando que foi "quase agredido" por dois profissionais, mas que "colocou eles no lugar deles".


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