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Eleições 2024: como estão os movimentos pela disputa da Prefeitura de Porto Alegre

Expectativa é de que, ao contrário de 2020, o número de candidatos seja menor na disputa pela prefeitura da Capital em 2024

Movimentos apontam para um número menor de candidaturas no pleito do próximo ano
Movimentos apontam para um número menor de candidaturas no pleito do próximo ano Foto por: Brayan Martins / PMPA / CP

A menos de 15 meses para a eleição pelo comando da prefeitura de Porto Alegre, os partidos têm ampliado as articulações para a disputa. Uma tendência, porém, já fica evidente: menor número de candidaturas. Isso porque na eleição passada, em 2020, 12 candidatos participaram do pleito.

Um movimento tem sido em torno do apoio à reeleição de Sebastião Melo (MDB) e Ricardo Gomes (PL), especialmente entre os partidos que compõem a base do governo. No segundo turno de 2020, Melo conseguiu agrupar muitos partidos que estavam na disputa. O PL já anunciou a intenção de manter Ricardo Gomes na chapa. “Não tem outro caminho a não ser estar com Sebastião Melo e Ricardo Gomes em 2024”, prevê o presidente municipal do PL, deputado estadual Rodrigo Lorenzoni. O PP, que no pleito passado teve Gustavo Paim, também já fez os acenos de apoio. “Estamos totalmente fechados com Melo e Gomes”, afirma o presidente municipal do PP, Vitor Alcântara.

Em 2020, o PTB apresentou o nome do ex-prefeito José Fortunati, que renunciou às vésperas da eleição, declarando adesão a Melo. A presidente do PTB na Capital, vereadora Tanise Sabino, lembra que o partido foi o primeiro a declarar apoio à reeleição de Melo. “Temos posicionamento e temos lado”, afirmou. Após o pleito, Fortunati deixou a sigla e atualmente está no União Brasil, que lançou o deputado estadual Thiago Duarte como pré-candidato. 

Outro partido que deverá estar ao lado de Melo é o PSD. Na eleição passada, o ex-vereador Valter Nagelstein foi o candidato. Após, migrou para o Republicanos. A vice-líder do governo na Câmara, Cláudia Araújo, presidente municipal do PSD, busca uma construção conjunta para a reeleição do prefeito e salienta que a sigla “quer uma participação na majoritária, sempre respeitando a hierarquia”, complementando que apoiará se a chapa mantiver Ricardo Gomes, mas se o MDB indicar outro nome para a vice, o PSD “estará no páreo”. O presidente municipal do MDB e secretário de Modernização e Gestão de Projetos da prefeitura, Alexandre Borck, considera Melo o melhor nome para representar um projeto para a cidade na disputa do próximo ano. 

No rol de apoios estará ainda o Solidariedade pelo que depender do ex-líder do governo na Câmara e presidente municipal da sigla, o vereador Claudio Janta. Para ele, a gestão de Melo “tem alguns erros, mas os acertos são muito maiores”. “Estivemos, estamos e temos a possibilidade de estar com Melo na próxima eleição”, resume. 

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Esquerda tenta consolidar ‘frente ampla’

Prevalece na oposição o discurso sobre uma frente de esquerda contra a reeleição de Sebastião Melo. Em outros anos, tentativa similar foi articulada, mas não vingou. Presidente municipal do PSol e líder da oposição na Câmara, Roberto Robaina entende que “embora Melo não seja um político formado no ‘bolsonarismo’, ele fez uma aliança com a extrema-direita”. “Estamos nos reunindo, estamos pautando isso com todos”, afirma. Robaina chegou a inclusive a lançar o nome de Olívio Dutra (PT), como um consenso. 

A deputada estadual Bruna Rodrigues, presidente municipal do PCdoB, prevê que a eleição “depende muito de como a esquerda vai encarar”. “Só uma unidade pode mudar a conjuntura, mesmo tendo no presidente Lula um grande cabo eleitoral”, avalia. Na última eleição, Manuela d’Ávila (PCdoB) ficou em segundo lugar e, conforme Bruna, “é natural que ela seja o principal nome, inclusive para construir uma aliança”. Manuela está estudando fora do país e manifestou a necessidade de se discutir projeto de governo, antes da escolha de um nome. 

Para Maria Celeste, presidente municipal do PT, a sigla tem nomes, “mas a questão é discutir com os outros partidos a melhor estratégia e estabelecer muito diálogo com a população da Capital”. Cita a deputada federal Maria do Rosário (que já disputou a prefeitura), a deputada estadual Sofia Cavedon e o ex-candidato a governador Edegar Pretto como possíveis quadros, além de históricos líderes como os ex-governadores Tarso Genro e Olívio Dutra e o ex-prefeito Raul Pont. Em 2020, o PT, pela primeira vez na Capital, abriu mão da cabeça de chapa ao indicar o vice de Manuela. 

Os ainda ‘solteiros’ na disputa pelo Paço Municipal

A federação PSDB e Cidadania, que integra a base do atual prefeito Sebastião Melo, ainda não tem posição firmada sobre 2024. Vice-líder do governo e presidente municipal do PSDB, Moisés Barboza, diz que “por ser um partido grande, do governador (Eduardo Leite), a tendência é ofertar os seus melhores quadros para uma candidatura própria”, citando os nomes de Artur Lemos, atual secretário-chefe da Casa Civil do Estado, e da deputada estadual Nadine Anflor. 

Deputada federal pelo Cidadania, Any Ortiz também é citada como um possível nome, sendo elogiada pelo presidente municipal de seu partido, Rodrigo Karan. “Sabemos o potencial de votos da Any em Porto Alegre e isso coloca ela como uma possível candidata”, afirma, apesar de acreditar que o partido irá convergir para Melo.

Na liderança municipal do Republicanos, o vereador José Freitas ressalta que a sigla estuda a possibilidade de candidatura própria. “Alguns deputados já sinalizaram e se colocaram à disposição”, diz, com a expectativa de que o anúncio seja realizado até o final do ano. Em 2020, o partido teve o João Derly como candidato. 

As discussões seguem ainda em siglas consideradas independentes na Câmara de Porto Alegre. O Novo, presidido por Igor Dal Bó, trabalha com pré-candidatos. No espectro da centro-esquerda, PSB e PDT também trabalham com possíveis candidaturas próprias. Em 2020, estiveram juntos na disputa.

“O PDT tem nomes que a cidade conhece”, diz o presidente municipal José Vecchio Filho, mencionando a ex-deputada estadual Juliana Brizola - que concorreu em 2020; o ex-candidato ao governo Vieira da Cunha; e os vereadores Márcio Bins Ely e João Bosco Vaz. Apesar de ter possibilidades, Vecchio afirma que “o PDT não vai ser o motivo da quebra da união de centro-esquerda”, e que “uns partidos vão ter que ‘abrir mão’ de algumas coisas”.

O presidente municipal do PSB, Mauri Luiz Ramme, projeta que a definição ficará para o início de 2024. Além disso, cita como um nome para a disputa o do vereador Airto Ferronato.