"Não queremos perseguição", diz André Mendonça sobre julgamento de Bolsonaro no TSE
Ministro do STF afirmou que espera que ex-presidente tenha 'julgamento justo'; Corte decide se ele fica inelegível por 8 anos
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça afirmou nesta quarta-feira (28) que espera que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha um "julgamento justo" e sem "perseguição" no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na ação que pode deixá-lo inelegível por oito anos. Mendonça é substituto na Corte Eleitoral, mas não tem direito a voto no julgamento. O relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, votou nessa terça para que Bolsonaro perca os direitos políticos.
"Assim como não queremos perseguição para um lado, assim como se critica perseguição a certos atores políticos, não podemos, por conveniência ou circunstância, compactuarmos com atitudes que não garantam os mesmos direitos de defesa e de justiça para quem não pensa ideologicamente como nós", completou Mendonça, em conversa com a imprensa em Lisboa, em Portugal, onde participa de um evento jurídico.
O ministro foi indicado à Corte por Bolsonaro, em 2021. Antes disso, ele foi ministro da Justiça do governo do ex-presidente, após a saída de Sergio Moro do cargo.
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TSE decide se Bolsonaro fica inelegível
O julgamento TSE foi interrompido na noite dessa terça (27) e deve ser retomado na quinta (29). A ação, que corre em sigilo, apura a conduta de Bolsonaro durante a reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado. Na ocasião, o ex-presidente levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas, sem apresentar provas, e atacou o sistema eleitoral brasileiro.
O primeiro ministro a votar na quinta vai ser Raul Araújo, seguido de Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques e Alexandre de Moraes.