Perícia da PF conclui que joias sauditas dadas a Bolsonaro valem R$ 5,1 milhões

Perícia da PF conclui que joias sauditas dadas a Bolsonaro valem R$ 5,1 milhões

Inicialmente, Receita Federal havia avaliado o conjunto em R$ 16,5 milhões; inquérito da Polícia Federal está sob sigilo

R7

As peças de luxo haviam sido presenteadas pelo governo da Arábia Saudita

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A Polícia Federal (PF) avaliou que o estojo de joias de origem saudita que o governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao Brasil vale R$ 5,1 milhões. A reportagem apurou que a perícia da PF levou em consideração o valor de mercado do ouro e as mais de 2,2 mil pedras preciosas das joias, sem ponderar a marca dos objetos. Inicialmente, o kit foi avaliado em R$ 16,5 milhões pela Receita Federal. A perícia da PF é sigilosa e foi anexada ao inquérito que investiga o caso.

O conjunto, da marca Chopard, encontrava-se dentro de uma caixa de couro, revestida de veludo, e continha um colar de ouro branco com dezenas de pingentes, todos adornados com diamantes. A corporação chegou a enviar investigadores à Suiça para atestar o real valor das joias.

As peças de luxo haviam sido presenteadas pelo governo da Arábia Saudita à então primeira-dama Michelle Bolsonaro. No entanto, um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) tentou entrar com os itens no Brasil, através do Aeroporto de Guarulhos, sem declará-los à Receita Federal, uma ação considerada ilegal.

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Outras joias

Após a divulgação do caso, também foi revelado que o ex-presidente ficou com outro kit de joias dadas pela Arábia Saudita. Avaliado em cerca de R$ 500 mil, o conjunto, composto de relógio, caneta, anel, abotoaduras e masbaha (um tipo de rosário), foi dado a Bolsonaro em 2021. O valor estimado do relógio Rolex é de R$ 364 mil. A defesa de Bolsonaro entregou os objetos, em março, à Caixa Econômica Federal.

O ex-presidente voltou com o conjunto de joias para o Brasil e deu ordens para que os itens fossem levados a seu acervo privado. Um formulário de encaminhamento de presentes para o presidente foi preenchido, com a especificação de cada item do conjunto de joias.

A guarda dessas joias permaneceria no acervo privado de Bolsonaro por mais de um ano e meio, até que, já no ano passado, o então presidente daria novas ordens, em 6 de junho de 2022, para ficar com as peças. Dois dias depois, conforme os registros oficiais, as joias já se encontravam "sob a guarda do presidente da República".

Em abril deste ano, Bolsonaro compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar esclarecimentos sobre os presentes da Arábia Saudita. Na ocasião, o ex-presidente negou irregularidades e disse que soube das joias um ano depois da apreensão.


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