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Lira vai instalar CPI para investigar esquema de pirâmide com criptomoeda

Instalação está prevista para a terça-feira (6); 11 empresas que teriam realizado operações fraudulentas são alvo da investigação

CPI terá prazo de funcionamento de 120 dias, prorrogável por até 60 dias
CPI terá prazo de funcionamento de 120 dias, prorrogável por até 60 dias Foto por: PABLO VALADARES / CÂMARA DOS DEPUTADOS / CP

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vai instalar na terça-feira (6) a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das criptomoedas. O objetivo é investigar 11 empresas que teriam realizado operações fraudulentas com pirâmides financeiras. A CPI terá prazo de funcionamento de 120 dias, prorrogável por até 60 dias, e será formada por 32 titulares e 32 suplentes, que serão indicados pelas lideranças partidárias. 

As empresas alvo da comissão foram identificadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acusadas de se utilizar de divulgação de informações falsas sobre projetos e promessa de rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar um esquema de pirâmide financeira. Os investigados têm os nomes relacionados com os esquemas da Atlas Quantum, Zero10 Club (Genbit) e TraderGroup.

A Atlas Quantum é uma empresa que atua no mercado financeiro oferecendo soluções em investimentos. A plataforma é voltada para o Bitcoin e tem como missão fornecer saques para os que possuem moedas digitais. Em 2019, a empresa parou de pagar investidores, deixando um prejuízo estimado de US$ 7 bilhões a 200 mil pessoas. O negócio foi processado pela CVM e é alvo de investigação da Polícia Federal.

No caso da Zero10 Club, que depois mudou o nome para Genbit, eram oferecidos investimentos em cotas empresariais com ganhos de 5% a 15% ao mês. Em 2019, o Ministério Público entrou com ação contra a empresa contra prejuízo de R$ 1 bilhão a cerca de 45 mil pessoas.

Já o Trader Group foi alvo de uma operação da Polícia Federal em 2019, acusada de pirâmide financeira. Após isso, a CVM multou o grupo em R$ 14,6 milhões, por oferecer tokens de valor mobiliário de forma irregular.

As comissões parlamentares de inquérito têm poderes de investigação semelhantes às autoridades judiciais. Podem convocar autoridades, requisitar documentos e quebrar sigilos pelo voto da maioria dos integrantes.

A comissão vai funcionar na Câmara ao mesmo tempo que outras três CPIs: a do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a das Americanas e a das apostas esportivas. Além dessas, também está em atividade a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro, que apura os atos de vandalismo na Esplanada.