Chefe da segurança do Planalto teria desdenhado da previsão em 8/1 e solicitado segurança menor

Chefe da segurança do Planalto teria desdenhado da previsão em 8/1 e solicitado segurança menor

Afirmação foi feita pelo ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações em depoimento à PF

R7

Chefe da segurança do Planalto teria desdenhado da previsão em 8/1 e solicitado segurança menor

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Dias antes dos ataques de 8 de janeiro em Brasília, o então chefe da segurança do Palácio do Planalto cogitou disponibilizar um número menor de servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para proteger o prédio e chegou a desdenhar da força do movimento, que culminaria com a invasão e a depredação do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ex-secretário de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI, o general Carlos Feitosa Rodrigues disse que as informações de uma possível manifestação no dia 8 de janeiro estavam sendo “superestimadas”. De acordo com ele, o Planalto deveria se preparar para um evento de “baixa intensidade”, com presença de no máximo 2 mil pessoas. As informações foram reveladas pelo coronel André Luiz Garcia Furtado, ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do Departamento de Segurança Presidencial, em depoimento à Polícia Federal no inquérito sobre os atos de vandalismo.

Segundo ele, ao receber informações da Polícia Militar do DF sobre quais manifestações aconteceriam em Brasília no fim de semana de 8 de janeiro, a Coordenação de Avaliações de Risco do GSI classificou o evento com um grau de criticidade laranja — o terceiro de quatro em uma escala de nível risco —, estimando um público de até 6 mil pessoas com pautas reivindicatórias de cunho radical.

Essa informação foi repassada ao general Feitosa, que teve uma avaliação diferente, de acordo com Furtado. À Polícia Federal, o coronel disse que “o general Carlos Feitosa avaliou as informações recebidas como superestimadas, colhidas em grupo de Whatsapp e fontes abertas”.

Além disso, segundo ele, Feitosa afirmou que “o risco deveria ser classificado como amarelo, de baixa intensidade”, devido a informações de que o ato teria a presença de até 2 mil pessoas. Apesar disso, o GSI decidiu se preparar para 8 de janeiro segundo o grau de criticidade laranja.

Feitosa foi exonerado da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial no fim de janeiro. Em depoimento dado ao GSI em um processo aberto pela pasta para investigar a atuação dos servidores da pasta no dia dos atos de vandalismo, ele disse que o planejamento para a data “foi realizado pelo Departamento de Segurança no dia 6 de janeiro com base nas informações disponíveis naquele momento e não era do conhecimento do Departamento de Segurança qualquer tipo de manifestação violenta com invasão de prédios públicos”.

No depoimento, o general disse que o GSI não foi convidado para uma reunião realizada em 6 de janeiro pela Subsecretaria de Operações Integradas, da Secretaria de Segurança Pública do DF, com a presença de instituições como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Legislativa e Polícia Judiciária, na qual o órgão alertou para a possibilidade de protestos com invasão e ocupação de órgãos públicos naquele fim de semana.

Dessa forma, segundo ele, o GSI não se preparou para lidar com uma manifestação violenta. “Não era do conhecimento da SC [Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial] nem do DSeg [Departamento de Segurança Presidencial] que haveria manifestação violenta e previsão de invasões de prédios públicos nas manifestações que costumavam acontecer na Esplanada dos Ministérios”, comentou Feitosa.

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