Paulo Pimenta projeta votação do PL das Fake News no início da segunda quinzena de maio

Paulo Pimenta projeta votação do PL das Fake News no início da segunda quinzena de maio

Ministro da Secom de Lula esteve em instalação de frente sobre combate à desinformação na Assembleia Legislativa do RS e rebateu críticas sobre censura

Felipe Nabinger

Paulo Pimenta falou sobre o projeto na Assembleia Legislativa do RS

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O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, projeta que o texto do Projeto de Lei 2630, o PL das Fake News, volte a ser apreciado na Câmara dos Deputados no início da segunda quinzena deste mês. "A ideia é sem ser na semana que vem, na outra", disse ao ser questionado após participar da instauração de uma frente parlamentar sobre o tema na Assembleia Legislativa do RS, em Porto Alegre, nesta sexta-feira. "Hoje praticamente todos os países do mundo ou já aprovaram legislação ou estão debatendo legislação para regulamentação das chamadas big techs e o Brasil não pode ficar fora dessa discussão", afirmou. 

Pimenta rechaçou a visão da oposição ao governo Lula, que vê o projeto como uma ameaça de censura. "É uma narrativa totalmente falsa. Na realidade, o projeto tem com o objetivo defender a democracia e coibir conteúdo criminoso", afirmou, citando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que defende a síntese de que tudo “que é crime no mundo real seja crime no mundo digital”, exemplificando com os discursos de ódio e de violência.

O ministro disse defender modelo semelhante ao da Alemanha, onde postagens pessoais são diferenciadas em relação àquelas impulsionadas ou monetizadas, consideradas na legislação local equivalentes a veículos de mídia. Sobre a pressão das big techs, como o Google e a Meta, contra o PL, o ministro disse que o país não pode permitir que “plataformas sejam campo de ninguém”, nem que o modelo de negócio de empresas esteja acima da legislação.

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Sobre a retirada da matéria da pauta na última terça-feira, o ministro definiu como "boa para que possamos fazer os ajustes necessários". Pimenta mantém a confiança na aprovação do projeto na Câmara, o que já ocorreu no Senado, em 2020, mesmo com a perda de apoios. “Vamos aprovar o projeto. Há uma necessidade, que ficou clara, mais recentemente, com o episódio de violência nas escolas.”

Sugestões na instalação da frente

Paulo Pimenta, foi um dos convidados da instalação da Frente Parlamentar Pelo Combate à Disseminação de Notícias Falsas e Comunicação Propositada de Desinformação, da Assembleia Legislativa, proposta pela deputada estadual Laura Sito (PT). “O lançamento da frente é significativo para o nosso mandato, pois permite fortalecer aqui no RS uma pauta central para o governo federal, mas também para a democracia, que é o combate às fake news e à desinformação”, disse a deputada estadual.

Entre os participantes do evento, além de Pimenta, estava a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS, Laura Lagranha, que pediu mudança no artigo referente a remuneração ao produtor de conteúdo, que, na visão da entidade, privilegia as empresas em detrimento dos jornalistas. Pimenta disse fazer coro a demanda, entendendo a necessidade de valorização dos jornalistas.

A coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Katia Marko, também fez ponderações ao PL das Fake News, entendendo que a regulação não deveria ficar à cargo da Anatel, como previsto, mas sim de um conselho regulador, que abranja diversos setores da sociedade, citando como exemplo o Conselhão, reativado pelo presidente Lula.

Justiça Eleitoral foi alvo

A vice-presidente e corregedora eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do RS, desembargadora Vanderlei Terezinha Kubiak, que assume o cargo máximo do TRE-RS no próximo dia 29, participou da instalação da frente.

Ela destacou a importância do movimento pelo momento do país. A magistrada reforçou que a Justiça Eleitoral foi alvo de desinformação e que, nas últimas eleições, no ano passado, quando houve “inúmeras fake news contra a Justiça Eleitoral e a urna eletrônica”.

Vanderlei lembrou que o Tribunal Superior Eleitoral conta com a Frente Nacional de Enfrentamento à Desinformação, enquanto em âmbito estadual o Tribunal mantém a Comissão de Enfrentamento à Desinformação. 


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