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Mendonça derruba suspensão de julgamentos do STJ sobre arrecadação extra de R$ 90 bilhões

STJ já decidiu que empresas não poderão continuar descontando do Imposto de Renda incentivos fiscais dados pelos estados

Mendonça derrubou suspensão de processos
Mendonça derrubou suspensão de processos Foto por: ROSINEI COUTINHO / SCO / STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça derrubou decisão que suspendeu o julgamento de processos do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que podem levar R$ 90 bilhões aos cofres públicos. As ações tratam da possibilidade de exclusão dos benefícios fiscais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Mendonça decidiu também suspender todos os processos que discutem a exclusão de créditos presumidos de ICMS da base de cálculo do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), assunto que ainda será julgado pelo Supremo. 

Mesmo com decisão anterior de Mendonça sobre o assunto, o STJ decidiu que empresas não poderão continuar descontando do Imposto de Renda incentivos fiscais dados pelos estados. A decisão permite uma arrecadação extra de R$ 90 bilhões para os cofres públicos. 

O governo, então, recorreu e pediu que o ministro reconsiderasse a suspensão do entendimento do STJ. Nessa terça-feira (2), Mendonça encontrou com ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para conversarem sobre o tema.

Na nova decisão, Mendonça disse que já que o STJ decidiu sobre o caso, e que não há mais motivo para manter o julgamentos suspensos. O ministro alegou ainda um possível prejuízo para o governo. 

"Parece claro a um intérprete mediano do ordenamento jurídico brasileiro que a fixação de uma tese de julgamento no bojo de um recurso especial julgado pelo Superior Tribunal de Justiça sob o rito dos recursos repetitivos produz, imediatamente e de pleno direito, efeitos jurídicos e resultados práticos na realidade econômica nacional", disse. 

O ministro ressaltou ainda a quantidade de ações, o valor da causa discutida — dezenas de bilhões de reais por ano —, a realização de não pagamento de impostos pelas empresas e a existência de guerra fiscal promovida pelos estados contra a União.

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