PF marca para 8 de maio depoimento de Anderson Torres sobre suposta interferência na PRF
Ex-ministro da Justiça é suspeito de pedir o "apoio" para interferir no fluxo de eleitores durante o segundo turno das eleições de 2022
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A Polícia Federal marcou para o dia 8 de maio o depoimento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres sobre sua suposta interferência na Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022. O depoimento será às 14h30 e o ex-ministro não vai ficar em silêncio, segundo apurou o R7. A informação de depoimento foi confirmada pela defesa de Torres.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que determinou a oitiva. O depoimento faz parte de um inquérito sobre uma viagem do ex-ministro às vésperas do segundo turno das eleições, que teria sido feita para pedir o "apoio" da Polícia Federal e da PRF para interferir no fluxo de eleitores.
O depoimento estava marcado para a semana passada, mas a corporação o adiou após um pedido da defesa de Torres, que alegou "estado de saúde delicado". O ex-ministro vai depor na condição de declarante, o que lhe assegura o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação.
Na terça-feira (2), o Supremo recebeu um laudo elaborado pela Gerência de Serviços de Atenção Primária Prisional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal que afirma que o ex-ministro está em "bom estado geral, consciente, atento e colaborativo".
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Outras investigações
Além da investigação que apura se ele interferiu na Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno, Anderson Torres também é investigado por suposta omissão em relação à invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.
Torres está preso desde o dia 14 de janeiro em uma cela especial no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), no mesmo terreno do 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, Distrito Federal. Ele foi detido assim que desembarcou no Aeroporto de Brasília, vindo dos Estados Unidos, onde estava de férias com a família. Foi nos EUA, inclusive, que ele teria visto as filhas — de 13, 11 e 9 anos — pela última vez.
Suposta interferência da PRF
Em novembro do de 2022, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, virou réu por improbidade administrativa após a Justiça do Rio de Janeiro acolher uma denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal do Rio. Ele foi exonerado do cargo em dezembro de 2022.
O procurador da República Eduardo Benones, autor da ação, contextualiza a alegação às investigações das supostas ações policiais no dia do segundo turno com uso de um efetivo acima do usual e a “inação durante os bloqueios das estradas após a divulgação do resultado”.
Na avaliação do MPF, Vasques usou a PRF fazendo uma “verdadeira propaganda político-partidária”. Um dia antes do segundo turno, o diretor postou nas redes sociais uma mensagem de apoio a Bolsonaro, pedindo votos ao candidato. Após repercussão negativa, ele apagou a publicação.