Defesa diz que Bolsonaro respondeu a todas as perguntas e considera caso de 8 de janeiro encerrado
Depoimento do ex-presidente à PF durou cerca de três horas
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O ex-presidente Jair Bolsonaro respondeu a todas as perguntas feitas pela Polícia Federal no depoimento que faz parte do inquérito que apura os atos de vandalismo registrados no 8 de Janeiro. Questionado sobre as críticas de Bolsonaro ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas, a defesa do ex-titular do Palácio do Planalto considera o assunto encerrado.
“Presidente deu esse assunto encerrado e que são páginas viradas as eleições de 2022. A partir do momento da derrota, fez transição e deixou o país no dia 30”, disse o advogado Daniel Tesser após o depoimento desta quarta-feira, que durou cerca de três horas.
Acompanhando o ex-presidente na saída da PF, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten afirmou que não foram tratados temas como a minuta com teor de golpe encontrada na residência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, que está preso desde 14 de janeiro por suposta omissão nos atos extremistas de 8 de janeiro.
Bolsonaro foi incluído no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os episódios de violência por decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes. A medida foi tomada após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A PGR viu indícios de incitação pública à prática de crime por parte de Bolsonaro quando ele publicou um vídeo nas redes sociais, poucos dias após o 8 de Janeiro, questionando o resultado das eleições presidenciais de 2022.
O conteúdo foi excluído posteriormente, mas, no entendimento da PGR, Bolsonaro teria incitado a perpetração de crimes contra o Estado de Direito ao compatilhar a gravação. Segundo o órgão, mesmo que a postagem tenha sido posterior aos atos de vandalismo, as condutas do ex-presidente devem ser apuradas.
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"De forma equivocada"
A defesa do ex-presidente afirmou que ele postou o vídeo com críticas ao sistema eleitoral de "forma equivocada". “O vídeo foi postado na página do presidente no Facebook quando ele tentava transmiti-lo para o arquivo de WhatsApp para assistir posteriormente. Por acaso, justamente nesse período, o presidente estava internado em um hospital em Orlando (Estados Unidos), por causa de obstrução intestinal”, disse o advogado Paulo Cunha. “Essa postagem foi feita de forma equivocada, tanto que duas, três horas depois ele foi advertido e imediatamente retirou a postagem”, completou.