Projeto de lei das Fake News entra na pauta nesta semana e terá prioridade

Projeto de lei das Fake News entra na pauta nesta semana e terá prioridade

Presidente da Câmara, Arthur Lira, firmou acordo para dar celeridade ao projeto já turbinado com sugestões do governo

R7

Projeto de lei das Fake News entra na pauta nesta semana e terá prioridade

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O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o projeto de lei das Fake News (PL 2.630/2020) será votado pela Casa ainda esta semana. O acordo foi feito pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que pretende levar a proposta direto para análise em plenário em um texto já turbinado com as sugestões do governo federal, sobretudo para regulamentar as redes sociais.

Guimarães cravou que a proposta será analisada em 25 e 26 de abril, após três anos de espera. "O presidente da Casa fez esse compromisso, ele deu a palavra", indicou o deputado. Arthur Lira tinha dito que o projeto entraria na pauta até o fim do mês, mas não tinha fechado a data. A proposta é aguardada por parlamentares e representantes desse setor porque regulamenta as redes e plataformas digitais.

O texto prevê prisão de um a três anos e multa para quem promover ou financiar a disseminação em massa de mensagens que contenham "fato que se sabe inverídico" e que possa comprometer a "higidez" do processo eleitoral ou causar dano à integridade física. Além disso, as plataformas terão de publicar regularmente relatórios semestrais de transparência com informações sobre a moderação de conteúdo falso.

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Governo quer celeridade

O Ministério da Justiça e Segurança Pública já enviou ao Congresso sugestões ao texto, que foram entregues ao relator do projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). A ideia do governo federal, que tem interesse no assunto, é aproveitar o projeto das Fake News para aprovar a regulamentação mais rápido.

Segundo o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o diálogo do governo com o Congresso para tratar desse assunto está aberto e esperançoso de uma rápida aprovação.

"Precisamos de uma solução definitiva para que o que é proibido na vida real não seja permitido na vida virtual. Congresso tem que se inspirar nisso, acredito que o relator esteja se inspirando nisso para o relatório. Projeto importante para que situações como essa relacionada diretamento com os atentados nas escolas e os ataques como o 8 de Janeiro não se perpetuem no nosso país", afirmou.

O deputado Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do governo na Câmara, é o responsável por acompanhar o andamento da pauta. "O pré-relatório está sendo apresentado às bancadas. Lira colocou para ir direto para o plenário, em regime de urgência", explicou o parlamentar.

Essa será a segunda vez que o projeto enfrenta uma tentativa de votação em regime de urgência. Ainda no ano passado, a proposta sofreu uma derrota. Por apenas 8 votos, não alcançou os 257 necessários para ter a tramitação acelerada e voltou ao estágio em que precisa transitar por comissões.

O vice-líder admite que o projeto encontra resistência por parte dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas defende a necessidade da aprovação. "Essa regulação é importante. Estamos vendo agora essa questão das ameaças às escolas, grupos neofascistas plantando ferros muito utilizando as redes sociais e da falta de regra", indicou.

Oposição

A utilização dos ataques às escolas como pano de fundo para adiantar a tramitação do projeto é criticada pela oposição. Vice-líder do PL na Câmara, Abilio Brunini (MT) sustenta que o projeto não conseguiu aprovação há três anos atrás, o que mostra resistência e falta de consenso.

"Existe muita divergência no Parlamento. Esse projeto tem uma série de problemas, a começar pela invasão de privacidade, censura e atribuição ao governo para acompanhar o que pode ou não ser dito na internet. Ainda tem o próprio problema em relação ao que pode ou não ser dito pelos parlamentares. É uma tentativa de arrancar monetização de quem se elegeu pelas redes sociais", disse Brunini. 


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