Cappelli fará "raio X" no GSI para saber quem participou do 8 de Janeiro, diz Padilha
Escolhido por Lula para ficar de forma interina à frente da pasta, Cappelli vai mapear quem colaborou com ação de extremistas
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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira que o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, fará um "raio X" na pasta para identificar se algum servidor colaborou com a ação dos vândalos que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto em 8 de janeiro.
"Ao convidá-lo para assumir interinamente o GSI, uma das coisas que ele [Lula] solicitou é, sim, fazer um raio X, uma avaliação de qualquer pessoa que tenha tido qualquer participação nos atos terroristas do dia 8 de janeiro. Quem participou, mobilizou, fez parte, financiou aqueles atos terroristas, esteja trabalhando onde estiver não ficará com as mesmas responsabilidades durante o governo do presidente Lula", declarou Padilha.
Cappelli vai comandar o GSI de forma interina depois da saída de Gonçalves Dias. Ele pediu demissão depois que imagens das câmeras de segurança do Planalto mostraram que ele estava no prédio no dia da invasão (veja no vídeo abaixo). As imagens mostram Dias caminhando pelo terceiro andar do prédio, onde fica o gabinete de Lula. O ex-ministro aparece interagindo com algumas pessoas que depredaram o prédio e em nenhum momento parece tentar impedir a ação dos invasores.
Segundo Padilha, no entanto, as imagens não são suficientes para incriminar Dias. "Imagens que têm algum grau de edição não são instrumentos que possam provar absolutamente nada. São instrumentos que as instituições que podem fazer essa apuração devem utilizar para identificar a responsabilidade de todos os que aparecem [nas gravações]", opinou. O ex-ministro tem uma biografia de serviço público prestado nas Forças Armadas e em outros momentos da Presidência da República. Aquelas imagens, a priori, não desmontam a biografia dele.
Gonçalves Dias foi interrogado pela Polícia Federal nesta sexta-feira. Ao R7, ele afirmou que o depoimento vai contribuir para esclarecer os fatos e mostrar que ele não teve responsabilidade nos atos extremistas de 8 de janeiro.