Gonçalves Dias pede demissão do cargo de ministro do GSI

Gonçalves Dias pede demissão do cargo de ministro do GSI

Presença do ministro no Planalto no dia dos ataques gerou desgaste; imagens mostram conversa dele com vândalos

R7

Gonçalves Dias pede demissão do cargo de ministro do GSI

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O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo nesta quarta-feira. A decisão foi tomada depois de imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto mostrarem que ele estava no prédio quando a sede do Executivo foi palco de atos de vandalismo em 8 de janeiro.

Ele teve uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros, que concordaram com a medida em meio ao desgaste gerado ao governo com a divulgação das gravações. A relação de Lula com o GSI está estremecida desde antes da posse do presidente. Ainda durante o governo de transição, o petista decidiu que a segurança pessoal dele deveria ser feita pela Polícia Federal, e não por servidores do Gabinete de Segurança Institucional. Após os ataques, o desconforto aumentou. O presidente mostrou incômodo com o fato de membros das Forças Armadas ocuparem cargos no GSI, e chegou a dizer que alguém poderia ter facilitado a entrada de extremistas ao Planalto. Segundo Lula, teria havido conivência dos militares com os vândalos.

Com a divulgação dos vídeos, o que era uma suposição virou constatação por parte do presidente. Antes, Lula achava que Dias tinha sido, no mínimo, negligente com a situação de 8 de janeiro. Agora, tem certeza de que o ex-ministro foi conivente.

As imagens revelaram que Dias teria orientado a atuação das pessoas que invadiram e depredaram o Planalto. Nos vídeos, o ex-ministro foi visto, às 16h29, sozinho no Palácio, caminhando pelo local e tentando abrir algumas portas. Depois, entra no gabinete presidencial e, em seguida, volta pelo mesmo corredor e conversa com os invasores para que deixem o prédio presidencial.

As imagens das câmeras de segurança mostram também que os extremistas receberam garrafas de água e orientações para a saída do edifício. Também é possível ver que os objetos foram entregues por militares que trabalhavam no GSI na época. Os vândalos ficaram por cerca de uma hora na porta do gabinete presidencial e não invadiram o espaço presidencial.

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