Governo Lula exonera general Dutra do Comando Militar do Planalto na véspera de depoimento à PF

Governo Lula exonera general Dutra do Comando Militar do Planalto na véspera de depoimento à PF

Investigação apura se Dutra teria impedido o desmanche do acampamento instalado em frente ao Quartel-General da Força na capital

AE

Dutra era o chefe do CMP durante os atos golpistas

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O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes foi exonerado do Comando Militar do Planalto (CMP) nesta terça-feira, 11, na véspera do depoimento para o qual foi intimado a comparecer na Polícia Federal. Os depoimentos de cerca de 80 militares sobre sua eventual participação nos atos golpistas de 8 de janeiro foram iniciados na manhã desta quarta-feira, 12, na Academia Nacional de Polícia, em Brasília.

A decisão publicada no Diário Oficial da União (DOU) acontece em meio às acusações de que o militar teria sido omisso no combate às invasões do 8 de janeiro, quando golpistas tomaram e depredaram os prédios do Supremo, Planalto e Congresso na Praça dos Três Poderes.

Dutra era o chefe do CMP na ocasião e teria impedido o desmanche do acampamento instalado em frente ao Quartel-General da Força na capital, e a prisão dos radicais imediatamente após os ataques. Como revelou o colunista Marcelo Godoy, a postura do general Dutra de Menezes não teria sido contrária às prisões, mas ao momento em que elas seriam feitas, na tentativa de evitar o agravamento do conflito.

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O Exército já havia comunicado, no dia 16 de fevereiro, que o general seria substituído no cargo, mas nada havia sido oficializado. Além dele, outros dois generais e dezenas de militares (cerca de 80 no total) foram convocados a prestar depoimento à PF sobre os atos golpistas daquele dia por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Conforme mostrou o Estadão, as investigações sobre o caso tramitam em sigilo no STF. No despacho, Moraes argumentou que as suspeitas envolvem 'crimes de militares'. Ao todo, 1.390 denúncias foram apresentadas ao STF. Até o momento, as acusações atingem 239 investigados apontados como executores dos atos de vandalismo, 1.150 incitadores da ofensiva extremista e um policial legislativo acusado de suposta omissão ante a depredação das sedes dos Três Poderes.

 


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