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Leite defende aumento da alíquota do ICMS sobre gasolina para 25%

Governador falou sobre o tema em evento da Famurs, onde garantiu repasse das compensações aos municípios

Secretária da Fazenda, Pricilla Santana, participou de evento da Famurs com Eduardo Leite
Secretária da Fazenda, Pricilla Santana, participou de evento da Famurs com Eduardo Leite Foto por: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

O governador Eduardo Leite (PSDB) defendeu nesta terça-feira o aumento da alíquota sobre a gasolina para 25%, quadro similar ao anterior da redução promovida pelo governo federal no ano passado, e confirmou que 25% de tudo o que for compensado pela União das perdas com o ICMS será repassado aos municípios gaúchos. As falas ocorreram durante participação na Assembleia de Verão da Famurs, em Xangri-Lá. Acompanhado da secretária da Fazenda, Pricilla Maria Santana, o governador falou sobre a discussão sobre a não essencialidade da gasolina, que pode, segundo ele, impactar a arrecadação em R$ 1,5 bilhão para o RS.

Citando a necessidade de clareza sobre a arrecadação para firmar convênios com municípios, Leite disse ser necessário rever a questão da gasolina. “O que se está discutindo nacionalmente é estabelecer uma alíquota única, nominal, para todos os Estados. Fixar uma alíquota diferente da básica, de 17%, sobre a gasolina”, explicou, usando exemplo de benefícios que incidem sobre o diesel. 

“Em relação à gasolina e aos combustíveis, longe de voltar aos patamares de tributação de dois anos atrás. O desenho que está sendo construído com todos os Estados, deve levar nossa tributação a um patamar que era o nosso (do RS), antes do advento da lei. Algo próximo aos 25% que vai nos proporcionar essa arrecadação”, completou Pricilla.

Quanto às compensações das perdas, semana passada o governo federal confirmou um acordo com as 27 unidades da federação. O RS, que estima a perda de R$ 5 bilhões, receberá R$ 3 bilhões, previstos para serem diluídos nos próximos quatro anos em abatimentos da dívida.

“O Estado vai deixar de pagar a dívida com a União por um período ou diminuir o pagamento da parcela, de acordo com o fluxo estabelecido no acordo. Eles estão prevendo 25% apenas de compensação neste ano, o que abateria da nossa dívida”, disse Leite, frisando que o Estado tenta ampliar para R$ 1,5 bilhão o perdão da dívida neste ano, o que representaria metade do valor total deste acordo com o governo Lula.

Independente da porcentagem, o governador garantiu que um quarto (1/4) de tudo que deixará de pagar ao governo federal será repassado aos municípios. O tucano, que já havia feito essa promessa em encontro com representantes de associações de municípios no Piratini, reforçou a posição após sua participação na Assembleia de Verão da Famurs.

Perdas nos municípios

O presidente da Famurs e prefeito de Restinga Sêca, Paulinho Salerno (MDB), celebrou a reafirmação do compromisso por parte de Eduardo Leite. “Automaticamente o Estado sendo compensado os municípios vão receber sua parcela. Não é o suficiente para fazer todos os investimentos necessários, mas nos ajuda a suprir um pouco do que perdemos e estamos perdendo com a redução abrupta do ICMS”, afirmou Salerno, que estima em R$ 1,5 bilhão o valor das perdas dos municípios com a redução das alíquotas.

Representante do governo federal no encontro municipalista, o secretário de Comunicação Institucional, ligada à Secretaria de Comunicação Social (Secom), Maneco Hassen, reforçou a necessidade de mudanças na relação que envolve tributos entre União, Estados e municípios.

“Um novo pacto federativo é mais que necessário. Vim em nome do presidente Lula e do ministro Paulo Pimenta dizer que iniciamos um novo momento de diálogo e parceria. Os municípios farão parte das ações de governo”, garantiu Hassen, que é ex-prefeito de Taquari e foi presidente da Famurs na gestão 2020/21.