Após três safras cultivadas sob os efeitos de escassez hídrica, os agricultores gaúchos poderão antecipar o período de floração das lavouras de milho, o mais sensível à estiagem, em até uma semana na safra 2023/2024. A alternativa foi lançada ontem pela Brevant Sementes, braço da Corteva Agriscience, durante o Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR) e chega por meio da cultivar B2315PWU. A variedade é a primeira hiperprecoce híbrida da multinacional desenvolvida especialmente para a região Sul do Brasil e, segundo o líder de Marketing de Sementes da Corteva, Anelcindo Souza, apresenta maior e melhor rendimento justamente nas regiões mais quentes do Estado.
O principal diferencial da cultivar está na resposta à radiação solar, tal qual já ocorre no cultivo do grão, mas de forma a acelerar a chegada do período mais sensível à estiagem, como ocorre nesta safra no Rio Grande do Sul. Com 35% da safra de milho colhida até agora, conforme último informativo conjuntural da Emater/RS-Ascar, as perdas superam os 50% em Bagé, Santa Maria e Frederico Westphalen. Nas regiões de Erechim, Ijuí, Pelotas e Santa Rosa, o índice fica entre 35% e 40%. Na sequência, estão Passo Fundo, Lajeado e Soledade, com 20%, caindo para 10% na região de Porto Alegre, com estimativa inalterada em relação ao começo da safra em Caxias do Sul. “Quanto mais alta a região e mais amena a temperatura, mais a semente vegeta e mais demora a chegar a floração”, explica o líder de Marketing da Brevant Sementes, Eder Arakawa.
Embora esteja disponível ao mercado a partir de agora, a cultivar hiperprecoce híbrida já foi plantada e testada na safra 2021/2022, em todas as regiões do Estado, garante Souza. “Plantamos em lavouras de alta tecnologia nas regiões das Missões, do Planalto e na região Sul do Estado, com rendimento superior a 15 mil sacos por hectare nas áreas irrigadas”, revela. A variedade será disponibilizada via distribuidoras e cooperativas, mas, lembra Souza, somente apresentará os resultados mediante a composição entre manejo de solo, fertilidade de solo e adubação. “É preciso ter um programa de construção de solo, investimento na reposição de sua fertilidade de acordo com a meta produtiva, podendo chegar a 250 sacas por hectare”, pontua.