Plataforma virtual deve permanecer nas próximas edições da Expointer

Plataforma virtual deve permanecer nas próximas edições da Expointer

Segundo representantes de entidades, ao mesmo tempo que esta edição mostrou que o público no parque é insubstituível, o site elevou, em alguns casos, o número de vendas

Cíntia Marchi

Em um mês, o site da Expointer recebeu 65 mil acessos de 38 países

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Ao final da Expointer Digital, entidades participantes avaliam que o modelo adotado para que a feira pudesse ocorrer neste ano de pandemia deixa pelo menos dois grandes ensinamentos. O primeiro é que o movimento do público no Parque de Exposições Assis Brasil é insubstituível. O segundo é que a plataforma virtual deve permanecer nas próximas edições para dar visibilidade à agropecuária gaúcha no mundo todo e impulsionar as vendas para além das fronteiras já conhecidas.

O secretário da Agricultura, Covatti Filho, entende que o modelo digital implantado neste ano deve ser mantido nas próximas edições. Ele avalia que a ferramenta on-line se mostrou como uma alternativa para ampliar o público da feira e abrir novas janelas de negócios.

O presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia, considera que a inovação ocorrida com a criação do portal projetará a Expointer para os próximos 50 anos, assim como entende que a fundação do parque, em Esteio, em 1970, conseguiu transformar a exposição existente à época em uma das maiores da América Latina.

Ao defender a coexistência do evento presencial e das transmissões pelo portal em 2021, o dirigente da Febrac alega que um dos pontos positivos do meio digital é que ele manterá gravado tudo o que se passou durante os dias da feira. “Isto tem um valor imenso porque muita coisa se perdeu, não ficou registrada nos últimos 50 anos de exposição.” Lamachia reconhece, no entanto, que há necessidade de ajustes na plataforma, principalmente em relação ao acesso dos internautas às atividades transmitidas ao vivo. “Recebemos algumas queixas de problemas de acesso”, revela. “Mas como é tudo novo, poderemos aperfeiçoar para o ano que vem.”

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, concorda que a Feira da Agricultura Familiar, que neste ano ocorreu no formato drive-thru, ofereça conexões on-line. “O consumidor poderá optar por receber os produtos em casa ou ir até o parque para retirar os pedidos feitos pelo site”, prevê, lembrando que os recursos digitais também ajudam a incrementar a comercialização dos produtos coloniais e artesanatos durante todo o ano.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), Claudio Bier, a Expointer de 2021 certamente será simultânea, com atividades no Parque Assis Brasil e no ambiente virtual. Ele sustenta que “foi um sucesso” a feira on-line promovida pela entidade. O site recebeu, de 29 de agosto a 29 de setembro, 65 mil acessos de 38 países. “Algumas empresas venderam mais na feira digital do que na Expointer do ano passado”, afirma.

Segundo Bier, um legado deste período é que as indústrias e clientes perderam o receio de fazer negócios pelas ferramentas digitais. Sobre a feira do próximo ano, o dirigente informa que será estudado com o governo do Estado se o site oficial da Expointer incorporará o evento do Simers ou se a entidade manterá um portal independente.

Para o coordenador da Comissão de Exposições e Feiras da Federação da Agricultura (Farsul), Francisco Schardong, os meios digitais nunca conseguirão substituir a presença dos setores do agronegócio e do público no Parque Assis Brasil. “O parque cheio, para mim, é a fotografia mais autêntica do Rio Grande”, afirma. Mesmo assim, Schardong admite que para algumas atividades, como leilões, as plataformas virtuais servem de “complemento”, permitindo a participação de pessoas de qualquer lugar. “Os remates transmitidos pela Internet têm funcionado relativamente bem em todo o Estado, até porque o momento da pecuária está muito aquecido”, avalia. Schardong, no entanto, diz duvidar “um pouco” da atratividade da plataforma se a Expointer estiver aberta ao público em Esteio.

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