Sabor e simpatia fidelizam clientes da agroindústria familiar na Expointer
Expositores vendem mais que o esperado e precisam voltar ao interior para reabastecer seus estoques
Em meio à aglomeração ruidosa da clientela pelo labirinto de corredores do Pavilhão Da Agricultura Familiar na Expointer, Eloiza Oliveira Debona faz sua estreia na feira com a família dividida. Proprietária da The Intenso Laticínios, Eloiza tem trabalhado nesta semana distante do marido e da filha de três anos. O marido, Tadeu, permanece na propriedade familiar, no Distrito Boqueirão do Butiá, em Soledade, cuidando das 30 vacas em lactação e de prontidão para pegar o carro e viajar a Esteio para reabastecer o freezer do estande com queijo, iogurte e doce de leite. “Trouxemos produção que imaginamos pudesse durar quatro dias, mas no fim de semana já tínhamos vendido 80%”,contou. Tadeu foi a Soledade, retornou a Esteio na segunda-feira com novo carregamento e está planejando novo reabastecimento na sexta-feira.
No estande 259, Eloiza oferece aos visitantes doce de leite artesanal, produzido com apenas três ingredientes e sem conservantes, iogurte e queijo colonial com iogurte. O doce de leite já foi premiado com medalha de ouro da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL). A The Intenso Laticínios está formalizada há um ano e nasceu de uma dificuldade que se abateu sobre o tambo da família. “Na greve dos caminhoneiros, em 2018, tínhamos 500 litros de leite no resfriador. Para não ter de jogar fora, fizemos queijo”, conta. O produto caiu nas graças de quem provou, e o casal viu ali uma oportunidade de negócio com valor agregado. Demorou um tempo para que cumprissem as obrigações para ter uma agroindústria regularizada, mas agora conseguem ampliar a gama de produtos, pois ainda vendem leite in natura para uma cooperativa.
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Eloiza participou da Fenasul Expoleite deste ano, também realizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, onde conquistou clientes como o casal de aposentados Lia Silveira e Laércio Ritta, de Porto Alegre. “O queijo e o doce de leite são maravilhosos”, disse Lia. “É tão bom que ela me incomoda para ir a Soledade buscar, mas aqui na Expointer fica mais fácil”, brincou Laércio.
Em uma esquina próxima, Daniela Chesini Zottis (foto acima) e o marido, Juliano, apresentam os vinhos da Casa Zottis e o chope de vinho. “De novidade este ano, temos a uva Bibiana,que foi desenvolvida pela Embrapa em homenagem a Erico Verissimo e o livro O Tempo e o Vento”, ilustrou. “Essa uva é mais resistente a pragas e podridões e permite que sejam usados menos defensivos no parreiral”, explicou Daniela. A Casa Zottis venceu em 2021 o concurso de produtos da agricultura familiar da Expointer, na categoria de melhor vinho tinto seco. Para esta edição, trouxeram cerca de mil garrafas. ”Nosso objetivo é divulgar nossa produção, mas este ano já temos venda até 15% maiores do que no ano passado, quando já foi muito bom ", comemorou Daniela.
As vendas no pavilhão continuam em alta e seguem no caminho de para bater um novo recorde, com pavilhão lotado nesta quarta-feira (foto acima). Até terça-feira, as vendas já estavam 16,73% superiores ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 3,2 milhões, conforme a comissão organizadora do evento. Na terça-feira, foram comercializados R$ 716,5 mil.