China demonstra interesse em ampliar laços comerciais com o RS em seminário na Expointer

Com o objetivo de ampliar a relação comercial bilateral entre a China e o Brasil foi realizado ontem na 46ª Expointer o Seminário Oportunidades e desafios na parceria econômica Brasil-China: estreitando laços para a cooperação com foco no desenvolvimento mútuo, no Auditório da Agricultura do Parque de Exposição Assis Brasil, em Esteio. Cerca de 150 lideranças políticas, empresariais e setoriais participaram do evento, além da delegação chinesa, que veio pela primeira vez a Expointer e demonstrou encantamento com a principal feira do Estado.

O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, participou do seminário em um vídeo gravado e destacou a base sólida entre os dois países para a cooperação em áreas tradicionais, como agricultura, energia, infraestrutura e telecomunicação, “enquanto testemunham o ímpeto cada vez mais forte para cooperação em novas fronteiras, como economia digital, inovação científica e tecnológica, sustentabilidade e descarbonização”.

O embaixador revelou que o país asiático vive com a expectativa de acolher ainda mais empresas brasileiras, sobretudo as gaúchas, para explorar o mercado chinês de forma visionária, ampliar seus negócios e fazer melhor o uso de plataformas como a Exposição Internacional da Importação da China, para levar os produtos competitivos e de alto valor agregado produzidos no Estado aos consumidores chineses. Além disso, destacou os estreitos laços que o RS e o maior parceiro comercial do país tem há anos.

“O Rio Grande do Sul é uma força impulsionadora da parceria sino-brasileira. Nos últimos cinco anos, o comércio gaúcho de produtos agrícola com a China representou cerca de um sexto do total desta categoria entre os dois países. Muitas empresas chinesas dos setores da agricultura, energia elétrica e telecomunicações tem investimento no Estado e quase 70% das empresas brasileiras que investem na China são gaúchas”, revelou.

Qingqiao afirmou que o seu país está disposto a expandir ainda mais a cooperação com o Rio Grande do Sul, em especial com o comércio eletrônico, transfronteiriço, de logística moderna, de infraestrutura digital e outras áreas. Além de facilitar a participação de mais empresas de pequena e médio porte no comércio chinês e na cooperação bilaterais.

“Da mesma forma, vamos trabalhar com o Estado do Rio Grande do Sul para ampliar as áreas de investimentos, analisar os projetos que integram a cadeia produtiva e promover avanços coordenado entre investimento e o comércio. Vamos também focar na inovação e na transição verde. Criar novos impulsos para a cooperação binacional e abrir novas perspectivas para a atualização industrial”, concluiu o embaixador, destacando que pretente, em breve, visitar o Estado.

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A maioria das autoridades que participaram do seminário destacaram que todas as forças políticas e empresariais do Estado estão unidas pelo aprofundamento da cooperação e ampliação do comércio entre os dois países.

“Esse evento nos deixa muito orgulhosos de termos realizado, pois é de extrema importância. É uma melhoria de comunicação. Um valor agregado das nossas relações com a China, que já é nosso maior parceiro comercial. No ano passado, tivemos exportação, só do Rio Grande do Sul, de US$ 22 bilhões e entre 80% a 90% é para China, mas ainda temos muita coisa para evoluir. Estamos em um momento ímpar, conseguimos juntar o Rio Grande do Sul. Temos autoridades, comunidade exportadora e internacional neste seminário. Conseguimos juntar em prol de um ideal, que é melhorar as nossas relações e crescermos”, destacou o presidente da Câmara de Comércio Brasil-China Sul, presidida pelo empresário Paulo Tigre.

O secretário de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Giovani Feltes, que representou o governador Eduardo Leite no ato, disse que o Brasil é um terreno fértil para investimentos, ressaltando os benefícios do RS. “Os produtos gaúchos exportados para a China são de excelência e queremos ampliar o volume e a diversidade de embarques para a China”, enfatizou Feltes.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo, comemorou a realização do seminário, já que aumenta a possibilidade da ampliação do comércio entre o Estado e o país asiático. “A interlocução do Estado, junto com a Frente Parlamentar e com a Câmara Brasil-China reforça ainda mais esses laços e potencializa as nossas relações comerciais, que é o nosso grande objetivo. O RS é um grande player de alimentos e outros setores. Então, temos capacidade de ampliar essas relações, prospectar novas possibilidades de negócios e esse é o grande objetivo deste seminário”, ressaltou.

Já o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, o deputado estadual Jeferson Fernandes, destacou a necessidade de uma ampliação na integração diplomática entre o estado chinês e o Rio Grande do Sul. “Para nós, após o evento, é bem importante termos um posicionamento do governo gaúcho e da Assembleia legislativa e estabelecer uma relação formal, pois os chineses gostam desta relação de estado para estado, o que abre espaço para os empresários deles se sentirem mais à vontade do nosso meio”, afirmou Jefferson.

Autoridades brasileiras revelaram que a delegação chinesa gostou muito da experiência de conhecer a Expointer e também dos produtos gaúchos - Foto: Guilherme Almeida

Segundo o deputado, os chineses conhecem profundamente a produção gaúcha de grãos e proteínas animais, que é o foco principal dos asiáticos na visita ao Rio Grande do Sul, mas que eles também desejam investir em infraestrutura, como pontes binacionais e em traçados que estão projetados no PAC, além da área tecnológica e educacional.

Já o presidente da CCPIT, escritório de promoção comercial da China no Brasil, Guo Yinghui, admitiu que o Estado demonstra uma grande disponibilidade para parcerias e que a delegação chinesa está muito otimista, sobretudo em relação à área de infraestrutura, que tem o potencial de aumentar a competitividade. “Existem muitas consonâncias entre empresas e o desejo do RS em fomentar processos sustentáveis, tornando este um solo fértil para o desenvolvimento no Brasil”, comentou.