Tecnologia no campo depende de integração

Tecnologia no campo depende de integração

Segundo painel do ciclo de debates do Correio Rural na Expodireto apontou desafios para a ampliação da produtividade

Correio do Povo

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A tecnologia é essencial para qualificar e elevar a produtividade nas propriedades. Entretanto, as constantes inovações e as diversas ferramentas que são lançadas diariamente trazem desafios enormes em toda a cadeia produtiva. E esse foi o tema central do segundo painel do ciclo de debates do Correio Rural - Expodireto 2023, que tem como temática Brasil rumo ao protagonismo produtivo sustentável. O ciclo de debates, que reúne especialistas do agronegócio, ocorre na casa do Correio do Povo na Expodireto, em Não-Me-Toque, e tem o apoio da Cotrijal, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (CREA-RS), da Jacto, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/RS) e da LS Tractor

Segundo o coordenador da Arena Digital da Expodireto, Marcelo Schwalb, a tecnologia é essencial em todos os negócios especialmente no agronegócio. “O agro sempre esteve voltado à tecnologia. No momento, o desafio é separar o que é ruído e o que vale a pena. Muito se fala sobre algumas tecnologias, algumas já consolidadas, que funcionam e que valem a pena. E há algumas tecnologias que podem só ser moda e não trazem benefício e nenhum retorno”, apontou. Dentro desse contexto, a Arena Digital, que é um espaço montado na Expodireto Cotrijal, tem auxiliado na apresentação de startups e de produtos e que focam na realidade do produtor. “Buscamos sair do trivial e mostrar as inovações que estão sendo feitas pelo mundo e como elas podem ser aplicadas aqui”, detalhou Schwalb. E dentro desse contexto, a cooperativa tem o papel de democratizar o acesso às tecnologias e as informações. 

"O agro sempre esteve voltado à tecnologia. O desafio é separar o que é ruído e o que vale a pena". Marcelo Schwalb, Coordenador da Arena Digital | Foto: Alina Souza / CP.

Nesta mesma linha, o gerente de novos negócios da Jacto, Guilherme Panes, aponta três pilares para discutir o assunto: efetividade da produtividade, pessoas qualificadas e sustentabilidade. “A tecnologia tem que passar por esses três pilares porque se ele (equipamento) não der produtividade, não render mais para o agricultor, ele é só ruído. Se as pessoas não puderem utilizar aquilo que foi colocado na máquina e o que estamos oferecendo, o agricultor não aproveita”, avaliou Panes. E, segundo ele, se todo esse conjunto não estiver conectados a tecnologia não fará sentido na propriedade. “A tecnologia tem que ter função e motivo dentro desses três pilares (produtividade, mão de obra e sustentabilidade). Caso contrário é só tecnologia por tecnologia”, ressaltou. E dentro dessa lógica, para aumentar a produtividade, os desafios passam ainda por ampliar o acesso, mas também integrar as diferentes fontes de informação. “Não é só sobre máquinas. É sobre ecossistemas”, reforçou.

"A tecnologia tem que ter função dentro de três pilares: produtividade, mão de obra e sustentabilidade". Guilherme Panes, Gerente de novos negócios da Jacto |  Foto: Alina Souza / CP.

E para potencializar e fazer com que essas inovações cheguem efetivamente no campo, o apoio financeiro mostra-se fundamental. E pensando nisso, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) tem ampliado linhas de crédito e projetos, como explicou o gerente de Planejamento do banco, Alexander Leitzke. Segundo ele, a tecnologia é transversal nos negócios, mas cada vez mais está ligada à produtividade. “O BRDE está muito atento há alguns anos no apoio a essa tecnologia que melhore a produtividade e rentabilize os negócios. E o agronegócio é muito tecnológico”, avaliou ele. E nas linhas de estímulo, ressaltou que o apoio do BRDE não é só com o crédito, mas também por meio de auxílio para o desenvolvimento de startups. E na captação de recursos, ele pontuou a importância da sustentabilidade, que tornou-se critério de seleção. “O banco tem buscado recursos internacionais e essas agências tem batido muito nessa questão da sustentabilidade.”

"O banco tem buscado recursos internacionais e essas agências tem batido muito nessa questão da sustentabilidade". Alexander Leitzke,Gerente de Planejamento do BRDE | Foto: Alina Souza / CP.

No entanto, para conseguir ampliar a produtividade, mais do que máquinas também é necessária a adequada formação dos profissionais para o uso dessas tecnologias. “O nosso desafio é traduzir esse conhecimento que vem por meio da pesquisa, seja de empresas parceiras, do setor privado ou público, de maneira que ele (o produtor) consiga consumir essa informação e, de fato, estando preparado, para usar a tecnologia da melhor forma”, ressaltou o engenheiro agrônomo e técnico de formação profissional rural do Senar-RS, Henrique Padilha. 

"Nosso foco é levar informação, traduzir e formar pessoas porque isso faz diferença no campo". Henrique Padilha,Técnico de formação do Senar-RS |  Foto: Alina Souza / CP.

Em suas diferentes áreas, os especialistas apontam que o agronegócio pode evoluir ainda mais com a tecnologia desde que compreenda qual é o tipo de tecnologia mais adequada para o seu negócio e o momento certo para a sua utilização. 

O ciclo de debates Correio Rural terá continuidade nesta quinta-feira, com a discussão sobre irrigação, as perspectivas de produção e oportunidades de mercado. 

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