Em ano de estiagem, 21ª Expodireto tem faturamento de R$ 2,653 bilhões

Em ano de estiagem, 21ª Expodireto tem faturamento de R$ 2,653 bilhões

Balanço registrou o melhor resultado dos últimos cinco anos

Nereida Vergara

Balanço da vigésima primeira edição é a maior dos últimos cinco anos

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Contrariando um cenário que apontava para resultados inferiores ao de 2019, em razão principalmente da estiagem que trará redução significativa na safra gaúcha de grãos 2019/2020 no Rio Grande do Sul, a 21ª Expodireto Cotrijal atingiu a marca dos R$ 2,653 bilhões em faturamento, num acréscimo de 10% em relação a edição do ano passado quando o resultado foi de R$ 2,419 bilhões.

Do total anunciado pelo presidente da Cotrijal, Nei Manica, R$ 2,255 bilhões correspondem as intenções de negócio na área de máquinas, em operações realizadas com instituições financeiras tradicionais, representando um incremento de 46% sobre 2019, quando os negócios neste segmento chegaram a R$ 1,548 bilhão. Os bancos de fábrica contribuíram com R$ 262 milhões em propostas, 24% a menos que no ano passado, e as compras com recursos próprios do produtor chegaram a R$ 125 milhões, 47% a menos que em 2019. 

O faturamento da 21ª edição é a maior dos últimos cinco anos e representa um crescimento de 67,8% em relação ao resultado da feira em 2016, de R$ 1,581 bilhão. "No início da Expodireto havia preocupação com a seca e o que se podia esperar. Mas tivemos fatores que influenciaram o resultado positivo e o primeiro deles foi o fato de que muitos produtores vieram capitalizados", comentou Manica.

O dirigente ressaltou que a maioria dos equipamentos são adquiridos por financiamentos, que têm prazos de carência e começam a partir do ano que vem, o que favorece o produtor. Além disso, ressaltou, o alto número de intenções de negócio fechadas com outros estados do Brasil, citando como exemplo a presença na feira do vice-governador do Amapá, Jaime Nunes, que sozinho comprou 20 máquinas.

As rodadas de negócio no Pavilhão Internacional somaram R$ 10 milhões, 97% a menos que na 20ª Expodireto. A discrepância foi explicada pelo coordenador do espaço, Evaldo Silva Júnior, considerando a mudança de organização das reuniões entre os investidores, antes concentradas no pavilhão e neste ano realizadas individualmente nos estandes. Já o Pavilhão da Agricultura Familiar, contabilizou vendas de R$ 1,169 milhão, 11% maiores que as de 2019, segundo a Fetag, por conta do aumento no número de participantes, que subiu de 182 estandes individuais no ano passado para 191 neste ano, mas com o abrigo de 226 empreendimentos.

A 21ª Expodireto recebeu a visita de 256 mil pessoas, 4% a menos que em 2019. O público maior ocorreu na quarta-feira, quando 70,5 mil pessoas circularam pelo Parque de Exposições. A edição deste ano contou também com 573 expositores, 7% a mais que no ano passado. O anúncio dos números neste ano foi feito na Arena Agrodigital, estrutura construída para abrigar os eventos de inovação da Expodireto de agora em diante.


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