Lideranças do agro ainda aguardam medidas contra estiagem
Em passagem pela Expodireto Cotrijal, ministro prometeu apoio ao setor, mas não anunciou novos recursos para auxílio a produtores afetados
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A visita do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, ao Rio Grande do Sul na segunda-feira (6), para participar da abertura da 23ª edição da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, não trouxe alívio ao setor agropecuário com relação ao enfrentamento da estiagem. A expectativa de lideranças do campo era que o ministro garantisse novos repasses para auxílio aos produtores rurais – na última semana de fevereiro, em passagem pelo município de Hulha Negra, Fávaro havia anunciado um crédito emergencial de R$ 430 milhões para o Rio Grande do Sul.
Na manhã de segunda, o ministro teve uma reunião com lideranças das cooperativas, que entregaram a ele as projeções de impacto da estiagem na safra gaúcha de verão – as perdas de produção são estimadas em 43% para a soja e 52% para o milho. Segundo o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, Fávaro prometeu buscar mais recursos para apoio ao setor e sinalizou com a perspectiva de renegociação de dívidas dos produtores. Em seu discurso na solenidade de abertura da feira, também defendeu a redução de juros para o agronegócio e disse que sua pasta já trabalha para oferecer uma linha de crédito via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com taxas mais baixas. “Isso é um trabalho gradual. Mas me parece que (ele) tem uma visão de aproximação do agro, foi importante esse encontro”, avaliou Hartmann.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, diz ter conversado com o ministro no domingo à noite e também na segunda-feira. Não houve, porém, avanços com relação às medidas solicitadas pelo setor. “Ele disse que as pautas estão sendo discutidas e que estão tentando buscar solução, mas não têm nada ainda para anunciar além do que já foi anunciado em Hulha Negra, que não atende grande parte dos agricultores familiares. Cobramos isso e vamos continuar cobrando”, contou o dirigente. A Fetag-RS planeja se reunir com deputados e senadores da bancada gaúcha no Congresso na próxima segunda, para alinhar uma pauta conjunta e, na terça, deve enviar uma comissão a Brasília, segundo Carlos Joel.