Chile reconhece RS como livre de aftosa sem vacinação

Chile reconhece RS como livre de aftosa sem vacinação

Medida deve impulsionar exportação de carnes bovina e suína produzidas no Estado, avaliam entidades do agronegócio

Patrícia Feiten

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O governo do Chile reconheceu o Rio Grande do Sul como zona livre de febre aftosa sem vacinação. Publicada no Diário Oficial do país sul-americano nesta segunda-feira (6) e divulgada pelo vice-governador do Estado, Gabriel Souza, em seu Twitter, a decisão foi comemorada por entidades de setores exportadores de proteína animal. A expectativa é que a medida abra um novo mercado para as carnes bovina e suína produzidas no Estado.

“O presente reconhecimento permanecerá vigente enquanto se mantiverem as condições sanitárias, de prevenção e controle implantadas pela República Federativa do Brasil”, diz a publicação chilena. O texto destaca que o Rio Grande do Sul foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zona livre de aftosa sem vacinação em agosto de 2020 e que esse status foi confirmado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro. “De acordo com resultados da visita realizada ao país pelo Serviço Agrícola e Pecuário (do Chile), corroboram-se as informações prestadas pela Autoridade Sanitária do Brasil”, informa o documento.

No ano passado, o Rio Grande do Sul exportou 82,9 mil toneladas de carne bovina, volume 25% superior ao de 2021, com avanço de 44% nas receitas, que superaram 443,1 milhões de dólares, de acordo com dados da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sicadergs), Ladislau Böes, os volumes hoje enviados pelas unidades gaúchas ao Chile são muito pequenos, mas a decisão recém-anunciada deverá ter impacto positivo no comércio entre os dois países em curto prazo. “(O status sanitário) é um diferencial que a gente tem no Rio Grande do Sul, e este é o momento de a gente usufruir do que conseguiu”, avalia.

No caso da carne suína, os embarques somaram 265,4 mil toneladas em 2022, o que corresponde a 622,2 milhões de dólares, números 11,1% e 12,5% inferiores, respectivamente, aos resultados do ano anterior, de acordo com a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS). Na avaliação do presidente da entidade, Valdecir Folador, o sinal verde chileno é uma “excelente notícia” para o setor, que enfrentou forte aumento dos custos de produção Serviço Agrícola e Pecuário (do Chile) e fechou o período no vermelho. “É importante que tenhamos já um país reconhecendo esse novo status. É um primeiro passo, (será uma) referência para outros países que hoje reconhecem apenas Santa Catarina, caso do México”, afirma Folador.

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