Languiru aposta em grãos e carne bovina para contornar crise dos suínos e aves
Percentual da participação dos suínos e aves no faturamento da cooperativa diminuiu
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A cooperativa gaúcha Languiru vai investir em grãos e carne bovina para suplantar a queda de participação dos segmentos das aves e suínos no faturamento anual da cooperativa, de 43% em 2021 para 35% em 2022. Isso ocorre principalmente por conta da alta nos custos das commodities e perda do poder de compra do consumidor, segundo o presidente da cooperativa, Dirceu Bayer. “Na Cooperativa, apesar da nossa diversidade de negócios, o impacto da produção de aves e suínos é muito grande. Investimos ao longo do ano com o intuito de ampliar o mix de produtos de valor agregado, o que também nos possibilita acessar novos mercados internacionais”, explica o presidente.
Esse é o ponto de partida de um programa de reestruturação no qual a Languiru está investindo, cujos resultados já devem começar a aparecer no primeiro trimestre de 2023. “Tomamos medidas para nos posicionarmos melhor. Se somos a primeira a tomar atitude, também seremos a primeira a sair da crise”, diz Bayer. O presidente da Languiru apresentou os principais focos da cooperativa para este ano a representantes de entidades e da imprensa em evento na última quarta-feira.
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Mesmo com as dificuldades encontradas, 2022 foi um bom ano para as cooperativas, com crescimento na geração de empregos e investimentos, como afirma o presidente do sistema Ocergs, Darci Hartmann. “Mas o que nos preocupa ainda é a seca”, pondera. De acordo com ele, é preciso que o governo invista mais em reservação de água para que os produtores tenham capacidade de produzir alimentação para os animais e não enfrentem um aumento tão acentuado nos custos de produção, que cresceram especialmente para a proteína animal, não só pelo custo da alimentação mas também do transporte.
Para que as cooperativas se desenvolvam, Hartmann cita também o investimento em preparação técnica e o debate da Ocergs junto ao governo para que haja isenção de tributos para a assistência técnica que as cooperativas oferecem ao pequeno produtor. “Precisamos que o estado possa avançar, porque os produtores assistidos produzem até 60% mais”, justifica.