Mais uma confirmação de bom cenário para o inverno

Mais uma confirmação de bom cenário para o inverno

Comissão Brasileira de Pesquisa avaliou que principal cultura da estação está beneficiada pelo preço e pelo uso de cereais na alimentação animal

Danton Júnior

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A 14ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, ocorrida nesta quinta-feira, traçou perspectivas positivas para a principal cultura de inverno do Sul do Brasil. Os participantes destacaram que há uma expectativa de aumento da produção em 2021, incentivada pela valorização do grão e pela utilização dos cereais desta estação na alimentação animal, confirmada pela indústria de proteína animal durante o encontro. O evento, que no ano passado foi cancelado devido à pandemia, ocorreu em formato virtual.

Os cerca de 110 trabalhos científicos apresentados irão integrar um documento com orientações para o cultivo da próxima safra. Segundo o gerente técnico de pesquisa da Fundação ABC e presidente da reunião técnica, Luís Henrique Penckowski, as recomendações serão apresentadas de forma mais atualizada, com novidades sobre o manejo e cultivares de trigo. Na avaliação dele, o principal desafio relacionado à cadeia tritícola no momento é a questão climática, uma vez que regiões produtoras no Paraná e Rio Grande do Sul têm enfrentado geadas nos últimos dias.

O presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra, ressaltou a importância dos cereais de inverno na manutenção do Brasil como o maior exportador mundial de carne de frango e um dos cinco maiores na carne suína. De acordo com ele, a elevação dos custos de produção – sobretudo pela valorização do milho – está fazendo com que o setor perca competitividade. “Os cereais de inverno surgem como grande alternativa”, resumiu. A meta da entidade é ver o cultivo de cereais de inverno dobrar de tamanho nos próximos cinco anos, chegando a 5 milhões de hectares no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Turra garantiu o apoio da indústria, que pode assumir o compromisso de comprar os grãos de cooperativas e produtores.

A apresentação do novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o trigo, referente ao ano safra 2021/2022, foi feita pelo agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha. A reunião de validação, no entanto, está prevista para ocorrer no final de agosto.

Cunha destacou ainda a importância de tratar o seguro rural como um insumo, assim como os produtos químicos que são utilizados na lavoura. “Temos que criar no Brasil a cultura da seguridade rural e da gestão de riscos na agricultura”, observou.


Correio do Povo
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