RS mantém vigilância contra encefalomielite equina

RS mantém vigilância contra encefalomielite equina

Secretaria orienta proprietários a notificar inspetorias veterinárias caso percebam anomalias nos animais

Correio do Povo

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O governo do Estado acompanha com atenção os casos de encefalomielite equina do oeste confirmados na Argentina e no Uruguai. Apesar de o Rio Grande do Sul não ter registrado nenhuma ocorrência da doença até o momento, o Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) mantém as ações de vigilância e reforça a recomendação de que os proprietários de animais comuniquem qualquer suspeita às inspetorias veterinárias.

Causada pelo vírus do gênero Alphavirus, a encefalomielite equina do oeste é transmitida por meio da picada do mosquito vetor Culex spp. ou Aedes spp – não há transmissão entre animais e dos equinos para os seres humanos. A doença afeta o sistema nervoso dos equídeos, e alguns dos sinais clínicos mais comuns são febre, conjuntivite, cegueira, sinais neurológicos, dificuldade em permanecer de pé e falta de coordenação motora. “O cavalo não age normalmente, anda em círculos, pode até não conseguir se alimentar. Mas nem sempre vai a óbito. Ele pode ser tratado, embora não exista uma medicação específica”, explica o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal, Fernando Groff. De acordo com a Seapi, não há interdição das propriedades afetadas.

Considerada uma zoonose, a doença pode acometer também os humanos. “Num ciclo que não é o natural, em que houver contato do humano com o vetor, ele pode se contaminar”, acrescenta Groff. Segundo o especialista, a possibilidade de introdução da doença no Rio Grande do Sul dependeria de a população de mosquitos ser capaz de transmiti-la. “Esse vírus que está no interior da Argentina é de mortalidade baixa, mas temos de cuidar, de forma que, se houver alguma suspeita, possamos atender o quanto antes e fazer o diagnóstico”, alerta.

Caso perceba anomalias nos equinos, o proprietário deve informar o Serviço Veterinário Oficial (SVO-RS) por meio das inspetorias veterinárias, medida recomendada para qualquer doença neurológica, como a raiva. Ou, se tiver um veterinário de confiança, solicitar que o profissional faça essa notificação aos órgãos. Para notificações, foi disponibilizado ainda o Whatsapp (51) 98445-2033. “(Outra recomendação é) não expor esse animal a outros animais por um tempo. Detectar essa doença não implica ter de sacrificar o animal”, diz Groff.

Segundo dados do Programa Estadual de Sanidade Equina (Pese) da Seapi, em 2019, foram registrados dois casos suspeitos que apresentaram laudo negativo. Uma terceira suspeita, que também não se confirmou, foi investigada em 2021. Em comunicado, o fiscal estadual agropecuário do Pese Gustavo Diehl disse que já foram reforçados, com as equipes das inspetorias agropecuárias, os protocolos a serem seguidos em caso de notificação de suspeita, indicando a necessidade de colheita de amostras para diagnóstico laboratorial. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também divulgou uma nota sobre a doença, que pode ser acessada pelo link https://estado.rs.gov.br/upload/arquivos/mapa-nota-informativa-encefalomielite-equina.pdf.


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