Pesquisador gaúcho é eleito para a Academia Brasileira de Ciências

Pesquisador gaúcho é eleito para a Academia Brasileira de Ciências

Médico veterinário José Reck atua no IPVDF e tem trabalho de destaque focado no controle do carrapato

Correio do Povo

Para Reck, reconhecimento dá visibilidade à ciência feita dentro de secretaria gaúcha

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O trabalho de investigação sobre as características dos carrapatos no Rio Grande do Sul, tanto nos bovinos como nas espécies silvestres do Bioma Pampa, rendeu ao pesquisador José Reck, 40 anos, a indicação à Academia Brasileira de Ciências (ABC). O médico veterinário, que atua no Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), vinculado ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi), foi eleito membro-afiliado da ABC, representando a Região Sul do Brasil, na última segunda-feira (4). A cerimônia de diplomação ocorrerá durante um simpósio científico na segunda quinzena de outubro de 2024.

Único eleito oriundo de uma secretaria estadual, o pesquisador diz que a conquista foi uma “gratíssima surpresa”, uma vez que a academia é composta na maioria por cientistas ligados a universidades. “Fico superlisonjeado. Trabalhamos para gerar algo para a sociedade, e (a nomeação) é uma maneira de apontar que estamos no caminho (certo). Dá visibilidade à ciência feita dentro da secretaria”, afirma Reck. A participação na ABC não se dá por candidatura, mas por indicação dos membros e eleição pelos pares. Fundada em 1916, a instituição reúne pesquisadores de todo o Brasil, reconhecidos por seus trabalhos técnicos e científicos e pela promoção da ciência.

Segundo Reck, o carrapato é um dos principais desafios enfrentados na pecuária bovina, mas seus impactos ultrapassam a porteira. “Algumas espécies oferecem risco para o ser humano, para os animais de companhia, como cães e gatos”, observa. Para o pesquisador, a disseminação do conhecimento sobre o assunto é um dos principais gargalos no controle do inseto. “O Brasil é um país que produz muita informação sobre isso, mas gente ainda tem muitos problemas no campo, tem muita dificuldade em fazer toda essa informação que é gerada pela ciência chegar às pessoas comuns”, avalia.

Natural de Rio Grande, Reck é graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Na mesma instituição, fez também mestrado e doutorado em Biologia Celular e Molecular. Desde 2011, é pesquisador do Laboratório de Parasitologia do IPVDF. Além de desenvolver atividades de diagnóstico e pesquisa em doenças parasitárias e zoonóticas de animais, coordena projetos de pesquisa aprovados pelo CNPq, pela Fapergs, pela Capes e por empresas privadas, com ênfase em ecoepidemiologia de carrapatos e epizootias em reservatórios silvestres.

É ainda associado e membro da direção do Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária (CBPV), associado e membro do grupo de trabalho sobre doenças da vida selvagem da The Wildlife Society (TWS), orientador e ex-coordenador do Programa de Pós-graduação em Saúde Animal (PPGSA) do IPVDF.


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