Deputados vão cobrar do Ibama respostas sobre retomada de autorizações para caça do javali

Deputados vão cobrar do Ibama respostas sobre retomada de autorizações para caça do javali

Decreto federal de julho restringiu controle da espécie, nociva à agropecuária, ao ambiente e à saúde pública

Correio do Povo

Weber e Bacchi se reuniram esta semana com comando da 3ª Região Militar

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Quatro meses após a suspensão da emissão de novas autorizações de caça para o controle de javalis (Sus scrofa), deputados gaúchos vão cobrar respostas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Novas licenças estão suspensas para reestruturação do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), modificado pelo Decreto Federal nº 11.615, de 21 de julho, que restringiu a liberação de armas e colocou o Exército como responsável pela autorização de porte e caça em substituição à Polícia Federal. Atualmente, novas autorizações de controle da espécie exótica invasora são emitidas apenas para uso de armadilhas como curral e gaiola e abate por arma branca.

Os deputados estaduais Elton Weber e Paparico Bacchi se reuniram esta semana em Porto Alegre com o comandante da 3ª Região Militar, general de divisão Marcus Vinícius Fontoura de Melo. O militar disse que o Exército depende da volta da operação do Sinarm pelo Ibama. “Temos relatos de inúmeros ataques no meio rural. Vamos lembrar que desde 2013, o Ibama considera o javali uma espécie exótica nociva às espécies silvestres nativas, aos seres humanos, ao meio ambiente, à agricultura, à pecuária e à saúde pública”, afirmou Weber. O parlamentar entende que o decreto compromete o controle dos javalis, animais são de difícil manejo e controle da reprodução. “O decreto tem quatro meses, nós queremos a retomada da normalidade do sistema de autorizações”, disse. 

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Conforme o Ibama, o javali é a única espécie com autorização para caça no Brasil, em razão da nocividade ao ambiente (fauna e recursos hídricos), às culturas agrícolas, criações e à saúde pública. O controle da espécie foi autorizado em 2013 pelo Ibama, que em 2019 instituiu o Sistema de Informações de Manejo de Fauna (Simaf) para monitoramento das atividades de manejo. O Ibama explica que, para realizar o manejo do javali, é obrigatório fazer a inscrição no Cadastro Técnico Federal do Ibama (CTF), emitir o Certificado de Regularidade no CTF/Ibama e fazer a solicitação de Autorização de Manejo do Javali no Simaf. Após o vencimento da autorização, o controlador deve registrar um relatório no sistema informando o número de animais abatidos.  

Conforme orientações da Coordenação de Biodiversidade do Ibama de Brasília, o Simaf segue funcionando parcialmente para que sejam feitas adequações e atualizações. Assim, a emissão de novas autorizações nas modalidades caça ativa, ceva ou espera, bem como o uso de armas de fogo como método de abate, estão temporariamente suspensas no sistema. O Correio do Povo procurou nesta quinta-feira o órgão para ter atualizações do caso, mas não recebeu resposta até o momento.


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