A safra brasileira de grãos 2023/24 deverá gerar produção de 317,5 milhões de toneladas, 1,5% inferior ao ciclo anterior, conforme o 1° Levantamento da Safra de Grãos 2023/24 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta terça-feira. Já no Rio Grande do Sul, a Conab indica a produção de 40,9 milhões de toneladas, 38,3% acima da safra passada, com produtividade média de 3.916 quilos por hectare, incremento de 35,9% na comparação com o ciclo passado. A projeção de forte crescimento é explicada pela quebra da safra passada por conta da estiagem, que reduziu os volumes colhidos. Em nível nacional, o leve decréscimo em comparação à temporada passada é influenciado pela perspectiva inicial de diminuição na produtividade média. A área total semeada deve chegar a 78,7 milhões de hectares, semelhante aos 78,5 milhões de hectares no ciclo 2022/2023.
Para a soja, deve haver crescimento na área e na produtividade no país. Com área prevista de 45,18 milhões de toneladas e produtividade média inicial estimada em 3.586 quilos por hectare, a produção deve alcançar 162 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde para a cultura. O calendário de plantio no Rio Grande do Sul se iniciou em 1º de outubro. A exportação da oleaginosa brasileira está estimada em 102,14 milhões de toneladas em 2024.
Já para as três safras no milho, a Conab indica redução de 4,8% na área plantada, em 21,19 milhões de hectares, e de 4,9% na produtividade média, chegando a 5.636 quilos por hectare. O cultivo do cereal no primeiro ciclo já teve início nos três estados da região Sul do país. A produção esperada é de 119,4 milhões de toneladas, queda de 9,4% frente às 131,8 milhões de toneladas colhidas no ciclo passado. Com a projeção de menor oferta nacional e tendência de crescimento no consumo interno, a Conab estima que 38 milhões de toneladas do cereal sairão do país, sendo este volume 26,9% inferior ao estimado para a safra 2022/23.
Veja Também
- Produtores organizam dia de mobilização nacional contra importação de lácteos do Mercosul
- Mapa suspende inclusão de novos frigoríficos no sistema Sisbi-Poa após auditoria
- Gripe aviária em mamíferos marinhos mobiliza autoridades veterinárias e ambientais do RS
O arroz tem estimativa de incremento na área plantada a produtividade média. A expectativa de produção é de 10,8 milhões de toneladas, aumento de 7,7% em comparação ao volume colhido na safra 2022/23. A recuperação produtiva e a menor oferta de países exportadores possivelmente resultarão em exportação pelo Brasil de em torno de 2 milhões de toneladas. Mesmo com o possível aumento nas vendas externas, a previsão é que o estoque de passagem de arroz permaneça estável em 1,7 milhão de toneladas ao final de 2024.
A Conab também prevê recuperação na área de feijão, podendo atingir 2,78 milhões de hectares, somando-se os três períodos de cultivo dentro do ano-safra. O plantio da primeira safra da leguminosa já está em andamento, com 61% da área estimada já semeada no Paraná, 32% em Santa Catarina, 34% no Rio Grande do Sul e 30% em São Paulo. A expectativa para a produção total da cultura é de 3,1 milhões de toneladas, crescimento de 0,8% em relação à temporada anterior caso o resultado se confirme ao final dos 3 ciclos.
Culturas de inverno
Com cerca de 40% das lavouras colhidas, a cultura do trigo apresenta aumento de área na ordem de 12,1% e redução de produtividade de 11,6%, em comparação a 2022. A produção esperada é de 10,5 milhões de toneladas. As condições climáticas impactam o potencial produtivo, como nos casos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, que registraram períodos com chuvas em excesso e o surgimento de doenças associadas à alta umidade. No Paraná, o clima mais quente acelerou o andamento do ciclo. A Conab ajustou as estimativas de estoques de passagem do cereal para 957,7 mil toneladas.
As informações completas sobre o levantamento e as condições de mercado destes produtos podem ser conferidos no portal da Conab.
