Expoagro Afubra destaca avanços tecnológicos
Visitantes do parque em Rio Pardo podem conferir lançamentos de máquinas agrícolas, novas variedades de hortaliças e técnicas de manejo para driblar crise hídrica
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O arsenal tecnológico direcionado às propriedades rurais de menor porte é um dos destaques da 21ª Expoagro Afubra, que ocorre até a sexta-feira (21), no parque de exposições da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), no município de Rio Pardo. De máquinas e implementos sob medida para a agricultura familiar a novas cultivares de hortaliças e técnicas de manejo do solo, o evento apresenta aos visitantes inovações e práticas capazes de turbinar a produtividade no campo ao mesmo tempo em que contribuem para a sustentabilidade da atividade e dos recursos naturais.
Neste ano, a Expoagro Afubra reúne 523 expositores com a meta de movimentar mais de R$ 220 milhões em receitas. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), o evento já registrou um aumento de 29,3% nos negócios nos dois primeiros dias, na comparação com o início da edição passada. Boa parte desse resultado vem da comercialização de máquinas agrícolas, que destaca marcas de referência no setor. Representada no evento pela concessionária Samaq, a Massey Ferguson trouxe para a feira, entre outros modelos, suas linhas de tratores MF 4300 e MF 4400. Com potências de 57 cavalos a 105 cv, os veículos podem ser utilizados em diferentes culturas, como fumo, soja, milho e trigo.
Segundo a gerente financeira da Samaq, Ariana Sachett, a participação na Expoagro Afubra é fundamental para a concessionária, com matriz em Santa Cruz do Sul e filiais em Rio Pardo, Estrela e Sobradinho. A rede completa, em 2023, 55 anos de fundação. “Buscamos a construção de relacionamento com o cliente e divulgação da marca. Temos demonstração de máquinas e (planejamos) condições especiais para a feira para fechar negócios”, disse Ariana.
Mahindra espera ampliar em até 25% a receita de vendas em comparação com a edição passada da feira. | Foto: Fabiano do Amaral / CP
No estande da Mahindra, uma das atrações para os agricultores familiares é o conjunto formado pelo trator compacto de 25 cv, e pelo novo pulverizador Mahindra By Mitra, de 600 litros. O coordenador comercial da marca, Adoniran Scapini, diz que, apesar da escassez de recursos nas linhas de crédito do Plano Safra 2022/2023, a fabricante espera superar em até 25% a receita de vendas da edição anterior da Expoagro Afubra. “O volume (de negócios) vem sendo superado ano após ano. O produtor não está descapitalizado, e temos ferramentas para superar essa trava nas linhas do governo”, afirmou o executivo, observando que a marca oferece a alternativa de financiamento por meio de seu banco de fábrica e planos de consórcio.
Variedade de batata-doce CIP BRS Nuti (embaixo), com casca rosa e polpa alaranjada, é rica em betacaroteno. | Foto: Fabiano Amaral / CP
Para quem busca avanços em melhoramento genético de hortaliças, uma novidade apresentada na Expoagro Afubra são a batatas-doces coloridas desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Hortaliças, de Brasília (DF). De cor roxa, as variedades BRE Anembé e BRE Cotinga contêm alto teor de antocianina, nutriente com propriedades antinflamatórias encontrado em frutas como uva e mirtilo, explicou a pesquisadora Larissa Vendrame. Já a CIP BRS Nuti, com casca rosa e polpa alaranjada, é rica em betacaroteno, fonte de vitamina A.
“A gente consegue produzir com custo muito menor, então é muito interessante ter disponível uma hortaliça com todos esses benefícios para a saúde”, disse Larissa. Com potencial de produção de mais de 40 toneladas por hectare, as três variedades são resistentes a nematoides da cultura e indicadas para a produção de chips e outros produtos industrializados, como farinha, segundo a pesquisadora. As mudas estão disponíveis nas empresas licenciadas parceiras da Embrapa e na Afrubra.
Em um momento de grande preocupação com os impactos da estiagem, a Expoagro Afubra também promove estratégias conservacionistas para contornar a crise hídrica. Em duas lavouras de demonstração – com e sem irrigação –, a Casa da Emater/RS-Ascar apresenta aos produtores o desempenho de culturas como milho e soja com a adoção de práticas de manejo do solo que armazenam água e auxiliam a manter a produtividade dos cultivos em períodos de seca. “Se não podemos interferir no clima, podemos diminuir impactos das estiagens trabalhando o solo como um grande reservatório de água que pode atender parte das necessidades das plantas nos momentos críticos”, disse o extensionista rural Josemar Parise.