Adesão do Inter à LFF representa chance de quitar dívidas e de iniciar obra do CT de Guaíba
Liga Forte Futebol oferecerá ao Inter R$ 218 milhões
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Por 157 votos contra 145, os conselheiros do Inter aprovaram a adesão do clube à Liga Forte do Futebol. A reunião, marcada por alguma confusão e até por protestos do lado de fora da plenário do Conselho Deliberativo, ocorreu na noite de segunda-feira (24/07). O resultado não deixa de ser uma vitória do presidente Alessandro Barcellos e dos grupos que o apoiam, que sempre preferiram a LFF, e uma derrota da oposição, que preferia o Inter na Libra. Os recursos, segundo promessa do dirigente, serão utilizados para o pagamento de dívidas e também para o início da construção do CT de Guaíba.
A decisão dos conselheiros autoriza o conselho de gestão do clube, liderado por Barcellos, a seguir as tratativas com os executivos da LFF visando a assinatura do contrato que cede por 50 anos os direitos de transmissão dos jogos do Inter no Campeonato Brasileiro. Em troca, o clube receberá R$ 218 milhões, dos quais 44 milhões já nas próximas semanas e o restante até o final de 2024.
Após a reunião, Barcellos comemorou a decisão do Conselho Deliberativo, que estava sendo adiada desde o início do ano. "Nos comprometemos com o pagamento das dívidas do clube, então com a entrada desses recursos da nova liga, vamos manter o prometido", afirmou o presidente, acresentando que o clube gasta perto de R$ 70 milhões por anos apenas como pagamento de juros de suas dívidas.
Mas o que está em jogo?
Clubes da LFF: Inter, Athletico-PR, Atlético-GO, América-MG, Avaí, Botafogo, Brusque, Ceará, Chapecoense, Coritiba, CRB, Criciúma, Cruzeiro, CSA, Cuiabá, Goiás, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Juventude, Londrina, Operário, Sport, Tombense, Vasco e Vila Nova.
Clubes da Libra: Atlético-MG, Bahia, Bragantino, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo e Vitória.
Cada liga venderá conjuntamente os direitos de transmissão dos seus clubes. Os recursos serão divididos conforme uma fórmula adaptada de modelos europeus:
Divisão Igualitária
Libra – 40% da receita total
Futebol Forte – 45% da receita total
Performance no Brasileirão
Libra – 30% da receita total
Futebol Forte – 30% da receita total
Audiência
Libra – 30% da receita total
Futebol Forte – 25% da receita total
A LFF propõe uma divisão mais igualitária dos recursos e não carrega as cláusulas de garantia que beneficiam Corinthians, Flamengo e Grêmio. Por outro lado, a Libra, por possuir os maiores clubes do Brasil (e as maiores audiências), apontaria para ganhos mais elevados no médio e longo prazo.
Quem são os investidores?
A Libra tem em mãos uma proposta de R$ 4,75 bilhões do Mubadala, que é o fundo soberano de Abu Dhabi, pela compra de 20% dos direitos de transmissão da liga por 50 anos. Também há outras duas propostas, de valores e percentuais menores. Do outro lado, a LFF tem uma proposta de R$ 4,85 bilhões do fundo Seringetti e da corretora Life Capital Partners.
Ainda é possível a unificação da Libra e da LFF?
Sim. As negociações entre os dois blocos seguem, com idas e vindas. Separados, eles não passam de dois blocos formados para a venda de direitos. Juntos, poderiam organizar o Campeonato Brasileiro, a exemplo do que ocorre em outros países como Espanha e Inglaterra.