Nem álcool nem aspirina: estádios no Catar têm fiscalização rigorosa
Além dos itens triviais proibidos nas arenas, outras curiosidades chamam a atenção nas partidas da Copa do Mundo
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Toda a repercussão ao redor da venda ou não de bebidas alcóolicas nos estádios da Copa do Mundo no Catar tirou a atenção de outras proibições importantes. Se não pode cerveja, também não pode aspirina para dor de cabeça: remédios são fiscalizados com rigor e outros tantos itens são barrados nas entradas das arenas. A lista emitida pelo comitê organizador e ratificada pela Fifa contém itens esperados, triviais em qualquer ponto de muita segurança, como armas de fogo e munições, material radioativo e etc.
A reportagem teve revistada e mais revistada uma cartela de remédios diários no Al Rayyan, para a partida entre Bélgica e Canadá. Ao ver a medicação passar das mãos de um segurança, para um supervisor, para um policial e depois sabe-se lá mais para quem, veio a lembrança de que havia também uma aspirina contra dor de cabeça. Em um comprimido branco. Essa era até compreensível perder tamanha a dificuldade para tentar provar do que se tratava.
Quando o tal supervisor chegou, algumas perguntas para que servia aquela medicação e se o repórter tinha muitos problemas psicológicos. Algumas respostas não-comprometedoras, aspirina deixada de lado e pronto. Acesso liberado.
Mas outro profissional de imprensa precisou, inclusive, comer uma bala de menta na frente de um segurança para tentar comprovar que ali não se tratava de nada alucinógeno ou coisa do tipo. Também proibido. Deu certo. Apesar dos risos dos amigos brasileiros quem estava ao redor, funcionou e o repórter pôde entrar no estádio Al Janoub, para cobrir a goleada da França sobre a Austrália.
A lista ainda contempla entorpecentes e alucinógenos (daí a fiscalização dos remédios), materiais que envolvam apostas, roteadores de wi-fi, imagens ofensivas a outras pessoas e religiões também são proibidos. As restrições da religião islâmica impede, por exemplo, manifestações do movimento LGBTQIA+.
Por fim, o ranking ainda contempla a proibição de produtos que não sejam dos patrocinadores — uma garrafa d’água de outra marca que não aquela associada à Fifa é jogada fora ou tem o rótulo retirado — e carne de porco ou derivados, assim como no país inteiro.